Para quem ainda não sabe, o dólar é uma moeda furada. Sem qualquer lastro, é sustentada pela força militar do Tio Sam. O resquício de garantia física da moeda norte-americana evaporou em 1972, quando, em grande laivo de gatunagem, Richard Nixon decretou a famosa ‘inconversibilidade do dólar’. De lá para cá, como nas famosas ‘pirâmides financeiras’, o Tesouro dos EUA se sustenta fazendo uma constante rolagem da dívida, emitindo novos Títulos da dívida para pagar papéis antigos. Foi assim, inclusive, na grande crise de 2008, quando o governo Obama emitiu papéis sem fundo para cobrir papéis sem fundo. E, rolando a dívida com a barriga, os EUA colecionam sucessivos déficits orçamentários, comerciais e fiscais. É uma festa. Agora, por exemplo, neste Dia Internacional da Mulher, Joe Biden comunicou a emissão de títulos no valor de US$ 2,6 bilhões para custear ‘programas de assistência externa que promovam a igualdade geral em todo o mundo’. Não se sabe quando a bolha vai estourar, mas, no dia que isso acontecer, as crises de 1928, 2008 e as grandes guerras vão parecer fichinha.
Autor: Alexandre Santos
Alexandre Santos é engenheiro e escritor. Preside a Associação Brasileira de Engenheiros Escritores, presidiu o Clube de Engenharia de Pernambuco e a União Brasileira de Escritores e faz a coordenação nacional da Câmara Brasileira de Desenvolvimento Cultural. Autor premiado com livros publicados no Brasil e no exterior, Alexandre é o editor geral do semanário cultural ‘A voz do escritor’ e diretor-geral do canal ‘Arte Agora’.