Todos sabem que a atual guerra no Leste Europeu começou em 24 de fevereiro de 2022. Isto é fato. Daí em diante, como costuma acontecer nas guerras, o noticiário é embalado com as narrativas que interessam aos controladores da mídia e, conforme planejado pelos manipuladores, a maioria das pessoas cai na armadilha da desinformação e passa a reproduzir a ‘versão oficial’.
Na realidade, o início da guerra decorreu do medo da Rússia com a decisão do governo de Kiev colocar a OTAN nas suas fronteiras [com a Ucrânia]. De fato, diante do avanço da OTAN em sua direção e da cumplicidade do governo de Volodymyr Zelensky com a Casa Branca, não restou alternativa a Moscou senão invadir a Ucrânia.
Observe que, se considerarmos a superioridade militar da Rússia, seria de se esperar a derrota da Ucrânia em poucas semanas. Mas, passados mais de 15 meses, a guerra continua e a vitória da Rússia não acontece. Por que? Ora, não acontece porque, embora se desenvolva no território da Ucrânia, a guerra no Leste Europeu não é entre Rússia e Ucrânia, mas, sim, entre a Rússia e os Estados Unidos (que adoram fazer guerra no território alheio) e seus aliados europeus.
Ao que parece, no entanto, além dos bilhões de dólares e do montão de armas entregues aos mercenários e soldados da Ucrânia, o envolvimento direto dos Estados Unidos só ocorre em episódios isolados – como, por exemplo em setembro de 2022, quando mergulhadores à serviço da CIA plantaram as bombas que destruíram três dos quatro gasodutos Nord Stream, no Mar Báltico, para comprometer a exportação de petróleo da Rússia à Europa Ocidental; e em outubro de 2022, quando um ataque terrorista destruiu parte da ponte de Kerch, que conecta a Rússia à península da Crimeia, interrompendo uma das rotas de abastecimento às tropas na Ucrânia.
O tempo vem passando e, ao invés de acatarem os apelos de paz, inclusive aqueles feitos pelo Papa Francisco e pelo presidente Lula, os Estados Unidos ampliaram seu engajamento na guerra.
Nos últimos dias, por exemplo, com nítido apoio dos norte-americanos, drones ucranianos atacaram a região russa de Pskov, perto da fronteira com Belarus, elevando o nível das hostilidades a um novo patamar.
Na realidade, a escalada da guerra parece não ter limites.
De fato, na 3ª feira, dia 06 de junho de 2023, deixando claro a inclusão da infraestrutura econômica entre os alvos de guerra, um ataque ainda não definido destruiu a barragem e usina hidrelétrica Nova Kakhovka, no rio Dnipro, em Kherson, localizada em região ocupada pela Rússia, ao sul da Ucrânia, fazendo desaparecer o maior reservatório do país – cuja água era usada, não só para irrigação, mas, também, para resfriar a usina nuclear de Zaporizhzhiad, a maior da Europa – com a inundação de 80 localidades com cerca de 42 mil habitantes.
Vale dizer que, provavelmente em função dos recursos financeiros consumidos, setores importantes dos Estados Unidos já admitem e reclamam da sua participação na guerra do Leste Europeu.
Por estes dias, o prestigiado senador Robert F. Kennedy Jr., sobrinho de John F. Kennedy, disse que “o conflito armado na Ucrânia é alimentado artificialmente pelos interesses da indústria armamentista dos Estados Unidos e pelo sentimento militarista da administração nacional”.
O fato concreto é que a destruição da barragem de Kakhovka deu nova dimensão à guerra e nada parece mostrar um rumo capaz de levar à paz.
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