Não há dúvidas de que o Povo brasileiro cansou de sofrer e de passar vergonha com Bolsonaro e que almeja voltar a sorrir e ter a esperança acenada por Lula.
Este sentimento geral fica claramente manifestado quando se contrasta os 57,3 milhões de votos dados a Lula com os 51,1 milhões [de votos] alcançados por Bolsonaro.
Infelizmente, isto não significa o amadurecimento político do Povo brasileiro.
Na realidade, o resultado final das eleições parlamentares indica que, do ponto de vista político, o Povo brasileiro continua tão despreparado com sempre foi.
De fato, por desconhecimento da organização política do País, ele não consegue equacionar a natureza dos problemas que o afligem.
Aliás, sem conectar causas e efeitos, o povo-eleitor parece não ver relação entre o tipo e qualidade do suporte que recebe (ou deixa de receber) do governo com o voto que dá nas eleições.
O pobre, por exemplo, que precisa do Estado ‘máximo’, abre um sorriso idiota para votar e comemorar a eleição do candidato liberal, que defende o Estado mínimo.
Se somando ao despreparo político do povo-eleitor, se somam o efeito das fakenews e da propaganda eleitoral enganosa e, sobretudo, [o efeito] das manipulações feitas pelos pastores desonestos sobre rebanhos pueris.
Como resultado, tem-se o desastre eleitoral, com a eleição de parlamentares cuja ação política pregressa prova seu completo descompromisso com o bem-estar da sociedade.
A eleição de pessoas como Damares Alves, Ricardo Sales, Ricardo Barros, Deltan Dallagnol, Magno Malta, Marcos Feliciano, Aécio Neves, Bia Kcis, Rogerio Marinho, Mário Frias, General Pazzuello, Hamilton Mourão, Sérgio Moro, Marcos Pontes, Romárioe tantos outros indica a dificuldade de fazer o Congresso agir em favor da sociedade brasileira.
No fundo, numa espécie de irresponsabilidade cidadã, o povo-eleitor não dá a importância necessária ao affair político e, hipertrofiando o poder do líder máximo, espera que o presidente da república resolva os seus problemas.
Em todo caso, mesmo sabendo que Lula terá o mandato contido e cerceado pelo Congresso conservador e reacionário eleito em 02 de outubro, é fundamental que o Povo brasileiro confirme a confiança nele depositada para afastarmos de vez o risco do fascismo tomar conta do Pais.