O governo Bolsonaro é uma lástima.
Na realidade, o sentimento que abate o brasileiro não decorre apenas de fatores subjetivos associados ao jeito-Bolsonaro-de-ser que contamina a gestão pública e, por uma espécie de osmose, [contamina] seguimentos relevantes da sociedade brasileira.
Há fatores objetivos que justificam a atual tristeza dos brasileiros e, por mais intensas que sejam as campanhas de Fakenews, o governo Bolsonaro não consegue esconder ou, muito menos, fazer esquecer o desastre social e econômico da sua administração.
Atualmente, por exemplo, tentando nos fazer de bobos, os bolsonaristas comemoram a ‘queda’ no preço da gasolina, mas a realidade é outra.
Em janeiro de 2019, quando Bolsonaro recebeu o governo do usurpador Michel Temer, o litro da gasolina custava, em média, R$ 4,27 (bem mais do que os R$ 3,73 praticados no fim do governo de Dilma Rousseff). Hoje, com todo o ba-fá-fá para redução do ICMS pelos Estados, o preço médio de um litro da gasolina comum no país é de R$ 7,12 – um valor 66,74% maior do que no início do governo Bolsonaro.
Com feijão a situação é pior. No começo do governo de Bolsonaro, em janeiro de 2019, a saca de feijão era comercializada por R$190,00. Hoje, o preço alcança R$ 330,00 – um aumento de 74%.
E a carne? A situação é muito pior. Em janeiro de 2019, o quilo de carne de boi custava R$ 8,49. Agora custa R$ 45,00 – um aumento de assustadores 430%.
Enquanto isso, o salário mínimo, que, em janeiro de 2019, era R$ 998, agora é de míseros R$ 1.212 – um aumento acumulado de apenas 21,44%.
Em parte, estes números explicam o retorno do Brasil ao Mapa da Fome.
Mas, o retrocesso ocorre em todas as áreas. Apenas para se ter ideia do desastre Bolsonaro, mesmo diante do déficit habitacional que ultrapassa sete milhões de unidades e das 25 milhões de residências ‘inadequadas’ (eufemismo usado para designar casebres, choupanas e palafitas), o governo extinguiu o programa ‘Minha casa, minha vida’, substituindo-o por um [programa] que não se aplica às famílias de baixa renda (justamente aquelas que precisam de ajuda do Estado).
Se o olhar é na direção do dólar, o desastre não é diferente. Em Janeiro de 2019 o dólar estava cotado em R$ 3,65. Hoje, [o dólar] está cotado em R$ 5,40 – 48% mais caro (talvez para impedir ‘a farra das domésticas em Miami’, que tanto atormentava o elitista Paulo Guedes).
Ainda bem que, em seis meses, o Brasil estará livre deste desastre.