SOBRE A VACÂNCIA NA CÚPULA DA PETROBRÁS
Nos primeiros momentos do golpe de 2016, cumprindo parte da grande promessa feita ao departamento de Justiça dos EUA, o usurpador Michel Temer nomeou Pedro Parente para a presidência da Petrobrás, com o objetivo imediato de atender aos interesses dos sócios minoritários da companhia – uma patota baseada na Wall Stret e na City londrina, que sequer fala português -, através da implantação de uma política de preços baseada na cotação do dólar e no mercado internacional do petróleo. Com a ascensão da extrema-direita trazida por Jair Bolsonaro em 2019, o governo brasileiro deu uma guinada maior e, orientado pelo ultraliberalismo conduzido por Paulo Guedes, anunciou a intenção de ‘privatizar tudo’, incluindo, claro, a Petrobrás (atitude que daria mais um largo passo nas promessas feitas aos norte-americanos em 2016). A tarefa coube, então, a Roberto Castello Branco, que, enquanto aguardava as condições políticas para a privatização total da companhia, manteve a política de preços implantada por Pedro Parente e começou a esquartejá-la, entregando-a aos pedaços. Acontece que a sofrida população brasileira, progressivamente empobrecida pelo modelo liberal, não aguentou os preços baseados no dólar dos combustíveis e passou a perceber a esparrela em que caíra em 2016. Então, ao invés de reconhecer a causa do problema e mandar rever da política de preços responsável pela carestia, confirmando o seu jeito de ser, Jair Bolsonaro disse nada ter a ver com a situação e (tal como o corno que, para superar a traição, manda trocar a cama na qual era traído), como solução demitiu o presidente da empresa e a militarizou, nomeando para o seu lugar o general Joaquim da Silva e Luna – ex-ministro da Defesa do governo Temer e, até então, diretor-geral da Itaipu Binacional. Claro que a substituição não resolveu o problema e, lembrado de que ainda havia uma conta pendente com os norte-americanos, Jair Bolsonaro resolveu tentar baixar os preços dos combustíveis por outros caminhos e partir para a privatização total da Petrobrás. E, com peito estufado de quem é esperto e decidido, após rápido comunicado ao então ministro da Defesa Braga Netto, junto com a demissão do general Silva e Luna, Bolsonaro anunciou convite ao economista entreguista Adriano Pires para presidência executiva da Petrobras e ao presidente do Flamengo Rodolfo Landim para a presidência do conselho administrativo da companhia. A função da dupla seria acelerar o desmonte e a privatização da Petrobras. A vontade do Capetão Bolsonaro, no entanto, esbarrou nos mecanismos internos da Petrobrás, que, com uma simples varredura, descobriu alguns dos mondés e trambiques já cometidos pela dupla, forçando-os a ‘agradecer e declinar do convite’. A confusão está formada. Como os salários dos cargos vagos são estonteantes, a fila dos candidatos é enorme. Já sabendo que Bolsonaro não tem qualquer compromisso com o bem e o bom para o País, vamos apreciar o comportamento a ser adotado por ele nesta hora. Uma coisa é certa: ele vai tentar piorar aquilo que está aí.