Plena de qualidades, a Democracia vem sendo atacada desde sempre, não só por gente do mal, que a quer enterrada e substituída por regimes de diferentes graus de autoritarismo, mas, também, por gente que, sem abrir mão do encanto nela encarnado [encarnado na Democracia], a quer modificada e adaptada a seus próprios interesses (é neste caso que se enquadram as diversas ‘democracias representativas’ e a ‘democracia monárquica’ britânica e as interpretações que a reduzem a um mero método de escolha de representantes).
De qualquer forma, mesmo fustigada por todos os lados, a Democracia resiste se oferece aos esforços interessados em aperfeiçoa-la, tendo como horizonte longínquo o (re)estabelecimento da Democracia Direta.
Nesta perspectiva, sempre lembrando que Democracia é uma forma de governo (e não um sistema de escolha de governantes) e reconhecendo na ‘Democracia representativa’ uma espécie de ‘aristocracia democrática’, aqueles que a querem aperfeiçoada têm bons espaços para atuação.
Primeiramente, a máxima ‘governo do Povo, pelo Povo e para o Povo’ deve ser permanentemente lembrada e, sobretudo, cobrada dos governantes, de modo a avisá-los que, para haver Democracia, não basta-lhes emergir de ‘eleições democráticas’, sendo-lhes preciso ‘governar de forma democrática’.
Mas, embora necessário, o ‘governo do Povo, pelo Povo e para o Povo’ é insuficiente, pois, tal como pensado originalmente, a participação das pessoas no processo de governo precisa se direto e não através de procuradores.
Assim, a meta a ser buscada no processo de aperfeiçoamento da Democracia é a ampliação do número de representantes (tendo como limite desejável o número de pessoas representadas).
Aliás, neste processo, ao criar sistemas e mecanismos de participação remota, a Engenharia oferece a viva possibilidade de (re)estabelecimento da Democracia Direta em grandes contingentes.
No Brasil, uma demonstração da factibilidade do sistema foi oferecido por ocasião da pandemia de coronavírus – ora, se um punhado de deputados e senadores podiam participar do processo legislativo à distância, por que contingentes maiores não pode fazê-lo?.
Atualmente, setores interessados em desmoralizar a política (e, consequentemente, a Democracia) criticam os custos requeridos para o funcionamento e manutenção das casas legislativas no Brasil (estimados em R$ 40 bilhões) e, ainda em tom de critica, questionam a qualidade das leis produzidas, acrescentando e interpretando como custo o valor embutido no orçamento secreto administrado pelo Congresso Nacional (mais R$ 45 bilhões).
Ao fazer a crítica, a anti-política anti-Democracia sugere a supressão das casas legislativas como forma de poupar recursos públicos (ou forma de redução de impostos no montante correspondente).
Mas, a sociedade não precisa de regimes autoritários e, sim dos governos eficientes permitidos pela Democracia.
Assim, ao invés de dar espaço para os defensores do autoritarismo, a sociedade deve brindar os esforços no sentido do aperfeiçoamento da Democracia.
Pelos valores levantados, pelos anti-democratas, R$ 40 bilhões é o valor inicial disponível para esta empreitada.
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