SOBRE A INSISTÊNCIA DOS MILITARES EM MANTER O PÉ NA POLÍTICA
Neste 31 de março, ao invés de guardar o silêncio devido à Democracia, em festa pumblea, capitaneados pelo ministro da Defesa, os comandantes militares distribuíram Ordem-do-Dia exaltando o golpe de 1964. Na nota – que tem um ridículo tom saudosista e, além de demonstrar baixo conhecimento de história, insinua uma certa inclinação pelo autoritarismo em voga no Palácio do Planalto – o regime militar é referido como uma época de paz e de avanço político. No fundo, a Ordem-do-Dia é de natureza política e pretende dar a mensagem de que as Forças Armadas estão coesas em torno das ideias de sempre e dos seus líderes. Talvez esta tenha sido a razão de o general Braga Netto ter adiado para amanhã a sua saída do cargo de ministro da Defesa para disputar o cargo de vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro. Parece que alguns generais ainda não aprenderam que ‘lugar de milico é na caserna’.