Todo mundo já percebeu que há dois Bolsonaros. Em paralelo com o Bolsonaro que a propaganda eleitoral tenta apresentar ao eleitorado brasileiro, há um outro Bolsonaro – o Bolsonaro real, aquele que age como um messias grosseiro e despranaviado, que não tem qualquer empatia, que cultiva a soberba e desrespeita os sentimentos das pessoas.
Enquanto o Bolsonaro criado pela propaganda cria e espalha fakes de um mundo aceitável, o Bolsonaro real governa (e gostaria de continuar governando) o País, criando e permitindo coisas horrorosas, como o retorno do Brasil ao mapa da fome e o livre avanço da pandemia de coronavírus que já enlutou quase 700.000 famílias brasileiras.
O Bolsonaro que, de fato, governa (ou desgoverna) o Brasil é este que, para preservar o ‘orçamento secreto’, cortou o dinheiro da Farmácia Popular, privando a população pobre de remédios contra pressão alta e até de fraldas geriátricas.
O Bolsonaro que, de fato, governa (ou desgoverna) o Brasil é este que, para preservar o ‘orçamento secreto’, apesar da frequência das mortes provocadas pelas chuvas, cortou 98% do orçamento para programas de moradia popular.
O Bolsonaro criado pela propaganda eleitoral vai desaparecer no dia da eleição.
O outro Bolsonaro, no entanto, vai existir sempre e, como qualquer demônio, quer continuar a promover o Mal.
Ainda bem que, a partir de 1º de Janeiro de 2023, o Brasil estará em outras mãos e poderá se reencontrar com os caminhos que levam ao crescimento econômico e do desenvolvimento social.