Ao defender a reforma administrativa proposta pelo governo Bolsonaro, os liberais comparam a situação dos funcionários públicos com a situação dos empregados, subempregados e desempregados da iniciativa privada, classificando direitos que deveriam ser desfrutados por todos como ‘privilégios’. “É preciso acabar com os privilégios dos funcionários públicos” dizem eles, sem jamais pensar em estender os direitos a todos. Não é fácil conversar com quem acha ser privilégio comer três vezes ao dia, ter um lugar certo para dormir, ter roupas para vestir e dispor de tudo o que estabelece a condição humana. A reforma que deve ser buscada é aquela que garante a todos a realização dos direitos. Se houver de haver cortes, que eles ocorram naqueles que têm muito e, não naqueles que já sofrem a falta de coisas para alcançar o patamar mínimo de dignidade.
Autor: Alexandre Santos
Alexandre Santos é engenheiro e escritor. Preside a Associação Brasileira de Engenheiros Escritores, presidiu o Clube de Engenharia de Pernambuco e a União Brasileira de Escritores e faz a coordenação nacional da Câmara Brasileira de Desenvolvimento Cultural. Autor premiado com livros publicados no Brasil e no exterior, Alexandre é o editor geral do semanário cultural ‘A voz do escritor’ e diretor-geral do canal ‘Arte Agora’.