Poucos dias antes da eleição presidencial brasileira, evocando pesquisas de intenção de voto supostamente feitas por uns tais Instituto Paraná e Brasmarket, a extrema-direita alardeou que Jair Bolsonaro venceria o pleito já no primeiro turno.
As supostas pesquisas foram usadas, inclusive, na campanha que visava desacreditar o sistema eletrônico de votação.
Ao final das contas, tudo não passou de mais um embuste levado adiante pelos bolsonaristas e, após a eleição, aqueles ‘institutos de pesquisa’ desapareceram.
Coisa parecida está acontecendo agora na Venezuela, onde o presidente Nicolas Maduro enfrenta outros nove concorrentes à cadeira presidencial no pleito marcado para o dia 28 de julho.
Com efeito, faltando uma semana para as eleições, espocou a notícia de que o favoritismo pertencia ao candidato da direita, o ex-diplomata Edmundo González Urrutia, que teria maior volume de intenções de voto.
Na realidade, insatisfeitas com o caráter socializante da Revolução Bolivariana, iniciada por Hugo Chavez e continuada por Nicolás Maduro, e contando com farto apoio do departamento de Estado dos Estados Unidos, as elites venezuelanas estão apostando alto na desestabilização do país e desacreditação do processo eleitoral, para, quem sabe, tentar um golpe de estado como aquele protagonizado por Janine Añes na Bolívia.
Acontece que, curtido na brasa quente, Nicolás Maduro não parece disposto a entrar no jogo proposto pelos golpistas.
Pelo contrário.
Sabendo que conta com o apoio maciço da maioria dos 21 milhões de eleitores do país, Nicolás Maduro dá sequência à sua campanha, se proclamando “un hombre cristiano, de izquierda, progresista, bolivariano y más que nunca chavista socialista” e desafiando a extrema-direita (como fez com Javier Milei, a quem chamou de um “malparido nazi fascista” em comício) arrasta multidões por onde quer que passe, desmoralizando a ‘pesquisa’ golpista.
Muito provavelmente, o resultado das eleições venezuelanas vai confirmar a consolidação da Revolução Bolivariana, mas, de qualquer forma – assim como fez no Brasil, onde ainda hoje os bolsonaristas responsabilizam as urnas eletrônicas pela derrota de Bolsonaro – a Direita venezuelana vai espalhar que houve fraude na reeleição de Nicolas Maduro.
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