Uma dos motivos que levam o Grande Capital Internacional a estimular o avanço das Direitas nos países ‘não desenvolvidos’ é o entreguismo que, entre outras mazelas (incluindo o complexo de capacho), as caracterizam.
Não ocorreu ‘da boca para fora’, por exemplo, o “I love you” confessado por Jair Bolsonaro a Donald Trump no breve encontro que tiveram por ocasião da Assembleia Geral da ONU em 2019.
Ao tempo que merece destaque da Esquerda, a luta pela soberania nacional não integra a pauta defendida pela Direita.
Aliás, a Esquerda defende um conceito amplo de Soberania – envolvendo não só aspectos da Segurança e Defesa, mas, também, a valorização da língua portuguesa, o conhecimento da história e da geografia do país, a valorização da cultura, a monitoração dos sistemas de controle social, o fortalecimento da indústria nacional, a integridade do território, o desenvolvimento científico e tecnológico e a capacidade de mobilização civil e militar da sociedade entre outros itens.
O fortalecimento da soberania nacional abrange, portanto, um conjunto de preocupações complementares, que se coleiam e imbricam num processo complexo capaz de formar uma ‘parede sólida’ de defesa da Pátria e da Nacionalidade, sem descambar para a xenofobia e isolacionismo.
O aumento da capacidade militar é um dos pontos altos da construção que compõe a soberania nacional e, naturalmente, deve contribuir para a mobilização dos seus demais elementos.
É com este olhar que deve ser apreciada a recente aquisição feita pelo Exercito brasileiro de 12 helicópteros Black Hawk à empresa norte-americana Sikorsky, a um custo de R$ 5,2 bilhões – um dinheiro que poderia ser utilizado em outras coisas, como, por exemplo, encomendas capazes de estimular a indústria bélica nacional.
O mais preocupante, no entanto, é a informação de que, por exigência dos norte-americanos – ao contrário daquilo que fizeram os suecos quando da compra dos aviões-caça JAS 39 Gripen, recentemente adquiridos à Saab pela Força Aérea brasileira – os norte-americanos vedaram qualquer transferência de tecnologia referente aos Black Hawk.
Neste negócio, iniciado nos governos Temer e Bolsonaro, o Brasil agiu com uma república de bananas qualquer, pois, além do desembolso bilionário, por diversas razões, inclusive de natureza prática (como a realização dos serviços de manutenção e aquisição de peças de reposição) consolidou uma posição de dependência diante da empresa (e do governo) norte-americana.
Embora seja tema complexo, especialmente num mundo marcado por relações comerciais difusas, o País precisa cuidar da sua soberania sob pena de sequer conseguir definir os rumos que pretende para o seu próprio crescimento econômico e desenvolvimento social.
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