Ontem, em comunicado pelas redes sociais, a Agência de Comunicação Jawal, uma das poucas fontes palestinas que atuavam em Gaza, anunciou a completa interrupção dos seus serviços de comunicação e internet na Faixa de Gaza, pois “os intensos bombardeios destruíram as últimas conexões internacionais que ligavam Gaza ao mundo exterior”.
Como todos sabem, nas guerras, a primeira vítima é a verdade, pois o controle da informação e da propaganda se destaca entre as armas decisivas dos conflitos.
Tomando isto ao pé-da-letra e fazendo uso cruel da sua infinita superioridade militar, dando suporte aos ataques a Gaza pelas Forças de Defesa de Israel, além de aplicar um conta-gotas sovino para liberar o fornecimento de itens básicos de sobrevivência para a população civil (inclusive água e medicamentos), o governo de Benjamim Netanyahu decidiu estabelecer a mais rigorosa censura sobre a carnificina em curso.
O cerco às informações é tão grande que, como forma de protesto, todos os jornalistas correspondentes da BBC na Cisjordânia pediram demissão.
O apagão imposto por Benjamim Netanyahu às comunicações, bloqueando os sinais de internet para impedir até os simples telefonemas, abriram um vasto campo para a profusão das fakenews e para a ficção, pois, se de um lado, o exército agressor destaca a ‘verdade’ que lhe interessa responsabilizando o ‘Hamas terrorista’ pelo seu próprio terrorismo, de outro [lado], o mundo noticia e comenta aquilo que lhe parece estar acontecendo.
Assim, perde credibilidade a versão israelense de que a morte de civis palestinos é o efeito colateral de sua guerra contra o Hamas, como ganha credibilidade a versão de que as Forças de Defesa de Israel estão praticando o genocídio sistemático, inclusive com fuzilamentos em massa, sepultamento de crianças em valas coletivas, etc.
Uma coisa é certa: até agora, o exercito de Israel já assassinou quase 10 mil palestinos indefesos, incluindo 3.200 crianças, e, por aquilo dito pelo governo de Benjamim Netanyahu, ainda está longe de vencer o Hamas.
Que Deus tenha piedade de todos!
