‘Queremos o Estado Mínimo’.
Este foi o grito de guerra cultivado discreta ou ostensivamente pela maioria das comunidades nacionais e estrangeiras que conceberam, organizaram, financiaram, aplicaram e impulsionaram o golpe de 2016.
Aliás, o pano-de-fundo da ‘Ponte para o Futuro’ – plano de governo apresentado por Aécio Neves, derrotado por Dilma Rousseff nas eleições de 2014 e implementado a partir de 31 de agosto pelo usurpador Michel Temer e, depois, com ajustes, aprofundado por Jair Bolsonaro – foi o acelerado desmonte do aparelho de Estado, valorizando teses liberais como a desestatização, a desregulamentação, a independência do Banco Central, a privatização das grandes empresas públicas, a reforma administrativa, a reforma previdenciária e tantas outros atrasos, cujo objetivo comum era a redução da presença do Estado na vida social, política e econômica no País.
Neste embalo, desconsiderando a importância e as razões que justificaram sua criação, muitas politicas sociais foram desfeitas, com graves prejuízos, especialmente nas áreas da cultura, da educação e da saúde pública.
Entre os programas aniquilados pelo liberalismo prevalecente nos (des)governos Temer e Bolsonaro esteve o Sistema de Controle de Produção de Bebidas (SICOBE) criado por Lula em 2008.
O desmando no setor de bebidas instalado pela ausência do SICOBE é uma das razões do caos que levou à ação do crime organizado no seguimento e à atual situação, que já vitimou dezenas de pessoas pelo consumo de bebidas adulteradas por metanol.
Vale destacar que, agora, instalada a tragédia do metanol, a CAS (Comissão de Assuntos Sociais) do Senado Federal resolveu discutir a criação de um sistema de rastreabilidade para bebidas alcoólicas no Brasil.
É muito provável que, na cabeça dos liberais, episódios como a ‘tragédia do metanol’ não justificam a criação (ou recriação) de estruturas estatais para regular o funcionamento da economia.
Aliás, como forma de destacar a diferença existente entre os modelos progressistas e liberais, ao tempo que Bolsonaro só aceitou pensar em adquirir vacinas depois que o coronavírus tinha provocado a morte de 400 mil brasileiros, Lula já determinou a providência antes que a tragédia do metanol atinja proporções maiores.
Em todo caso, uma coisa é certa: a ação dos falsários que estão envenenando bebidas com metanol é consequência do liberalismo.
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