Ontem, o comitê norueguês do nobel (as letras foram escritas em minúsculas de forma intencional) anunciou que (desmoralizando o Prêmio e o próprio Comitê) entregará o prêmio nobel da paz à Maria Corina Machado.
Houve um tempo no qual havia mais seriedade para a concessão do Prêmio Nobel da Paz. Senti grande orgulho quando, por exemplo, entrevistei Adolfo Pérez Esquivel – que, ninguém discute, fez por merecer o Prêmio.
Mas, ao que parece, como acontece com as frutas, o processo apodreceu.
Quando tomou posse na presidência dos Estados Unidos em 20 de janeiro de 2019, Barack Obama jamais imaginaria que apenas nove meses depois, sem feito absolutamente nada para tal, ganharia o Prêmio Nobel da Paz pelos “seus esforços extraordinários para fortalecer a diplomacia internacional e a cooperação entre os povos”. Naquele momento, o Comitê Nobel perdeu a credibilidade. Pouco a pouco, no entanto, o Comitê Norueguês da Paz recobrou parte do prestígio alegando ter apostado no futuro e dado o Prêmio a alguém que não o merecia, na expectativa da contribuição possível ao presidente dos Estados Unidos ao processo de pacificação de conflitos pelo mundo.
A esperança do Comitê Nobel foi frustrada, pois, assim, como todos que têm escritório no salão oval da Casa Branca, Obama estimulou e fez as guerras que tanto agradam a indústria armamentista dos Estados Unidos.
Agora, dando razão àqueles que nunca lhe restituíram a confiança, comprovando ser um reles instrumento de propaganda das ‘potências ocidentais’, acolhendo proposta de parlamentares os Partido Republicano (entre os quais o então senador Marco Rubio), o Comitê Norueguês do Nobel concedeu o Prêmio da Paz a Maria Corina Machado.
Um absurdo tão desmoralizante quanto o prêmio de 2019 concedido a Barak Obama.
Afinal, quem é a tal Maria Corina Machado?
É uma milionária que resolveu fazer oposição ao governo nacionalista da Venezuela e, acusando Nicolás Maduro de perseguir a oposição e agir de forma autoritária, além de estimular movimentos colaboracionistas e entreguistas na Venezuela, vive pelos Estados Unidos a pedir sanções, inclusive ações armadas, contra seu país. Esta é Maria Corina Machado.
Os brasileiros tiveram muita sorte, pois. como age literalmente igual à lesa-pátria venezuelana, se o nome escrito na carta dirigida pelo republicanos estadunidenses ao Comitê fosse o [nome] de Eduardo Bolsonaro, o Prêmio Nobel seria concedido ao lesa-pátria brasileiro. Imagine a palhaçada!
Alfred Nobel não teria pensado em instituir o Prêmio se, ao menos, desconfiasse dos rumos que ele tomaria.
Com essa de agora, lamentando pelos noruegueses, em termos de respeitabilidade, o Comitê Nobel se igualou ao Instituto Paraná de Pesquisas. Vale nada!!!
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