O governo de Donald Trump vem servindo para muitas coisas, inclusive para realçar a altivez e, em contraponto, o vira-latismo de muita gente.
Agora, por exemplo, em decorrência da desumana, abrupta, ilegal, arrogante e autoritária forma como os Estados Unidos estão tratando a questão dos imigrantes indocumentados – tratando-os como os escravagistas faziam nos navios negreiros, os norte-americanos algemam, acorrentam e amontoam as pessoas em aviões inseguros e, sem qualquer entendimento diplomático, simplesmente os despacham para os países de origem -, em situação que permite classificar as pessoas.
Donald Trump, que patrocina tamanha arbitrariedade e desumanidade, além de corporificar a filhaputice, é o maior exemplo de que o regime praticado nos Estados Unidos não é a Democracia sonhada pelos democratas de todo o mundo.
De sua parte, evidenciando a sua submissão ao canalhismo, sua subserviência, sua vassalagem, seu vira-latismo incondicional, está a extrema-direita.
No caso brasileiro, não se ouviu uma única voz dos ‘patriotas’ (Tarcísio de Freitas, Eduardo, Carlos e Flávio Bolsonaro, Eduardo Girão, Nikolas Ferreira, Carla Zambelli, Bia Kcis, Gustavo Gayer, Sérgio Moro, Deltan Dallagnol ou qualquer outra pústula) ou dos patriotários em defesa dos humilhados pela turma de Trump (e olhe que a maioria dos indocumentados brasileiros são bolsonarista).
De sua parte, confirmando tudo aquilo que o Brasil já sabe dele, em entrevista à CNN, Jair Bolsonaro afirmou alto-e-bom-som que “Trump está fazendo a coisa certa. Foi compromisso de campanha” e, ainda, acrescentou “no lugar dele, eu faria a mesma coisa”.
Na outra ponta deste espectro, está a altivez e o verdadeiro amor à pátria.
Foi o caso por exemplo do presidente Gustavo Petro, que, depois de protestar contra a forma como os EUA estavam tratando os migrantes colombianos e rejeitar o pouso dos aviões militares norte-americanos, ameaçou aplicar reciprocidade às retaliações prometidas pela Casa Branca e dobrou Donald Trump, que, passada a hora da bravata, fez um acordo de ‘extradição humanitária’ com a Colômbia.
De sua parte, mostrando como deve se portar o presidente desejado pelos brasileiros, ao saber que os extraditados brasileiros estavam num avião norte-americano no aeroporto de Manaus, ao tempo que avisou que pedirá explicações à Casa Branca sobre tratamento degradante dado aos deportados, Lula determinou que, imediatamente, [eles] fossem libertados dos grilhões, das algemas e das correntes que os prendiam e fossem acolhidos pelo governo brasileiro, como o foram os brasileiros resgatados das guerras no Oriente Médio (os extraditados prosseguiram viagem ao aeroporto de Confins, em Minas Gerais, num avião da Força Aérea Brasileira – FAB).
Como informe sobre o tipo de democracia praticada nos Estados Unidos, os relatos e as imagens de agressões físicas e verbais durante o voo de repatriação são uma amostra do processo de deportação, que inclui detenções por meses em campos de concentração, nos quais são dado tratamento desumano a migrantes indocumentados, os quais, vale lembrar, são pessoas que produzem riqueza, pagam impostos através do consumo e assumem funções que a maioria dos cidadãos norte-americanos não quer.
AVISO ÀQUELES QUE FINGEM NÃO SABER O QUE ESTÁ ACONTECENDO: ainda há tempo para Jair Bolsonaro e a corja que o admira manifestarem apoio ao brasileiros humilhados pela turma de Trump.
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