SOBRE O AUMENTO DA TAXA SELIC
No ano passado, cumprindo a agenda dos golpistas de 2016, o governo Bolsonaro patrocinou a ‘independência’ do Banco Central. Na realidade, a tal ‘independência’ é capenga, pois o BC continua dependente da vontade dos banqueiros.
De qualquer forma, dando sequência àquilo que já fazia, caprichando na acuidade do olhar ultraliberal da política econômica em curso, o BC recrudesceu o monetarismo tão apreciado pela turma do Capetão e, como panaceia, pouco importando a natureza do problema ou a situação conjuntural do País, diante de um quadro inflacionário, só recomenda e aplica a elevação da taxa de juros. É a receita que interessa aos banqueiros.
Foi o que aconteceu ontem: com o discurso de sempre, pela 10ª vez consecutiva, o Copom elevou a taxa Selic, que alcançou a marca dos 12,75% a.a.
Com isso, a atividade econômica vai arrefecer mais ainda, diminuindo a produção e aumentando o desemprego. Como resultado, provavelmente ingressaremos num período de estagflação – uma trágica combinação de estagnação com inflação. Enquanto isso, credores da dívida pública, os bancos e os banqueiros continuam em festa.
Na pauta a ser cobrada pela sociedade ao governo que assumirá em 01/01/2023, deverá constar a revisão do status do Banco Central.