‘A guerra não é do interesse de ninguém’.
Existe frase mais lógica e óbvia do que esta?
É a frase que todos deveriam estar se dizendo, uns para os outros, todos os dias, na busca de um mundo de Paz, sem opressões, sem embargos, sem ameaças, sem ataques, sem ganâncias e sem egoísmos.
É a frase que os dirigentes, especialmente dos Estados Unidos e dos seus aliados, deveriam lembrar antes de liberar armas para Israel esmagar vidas inocentes na Palestina, antes de fornecer armas para Volodimir Zelenski alimentar a guerra no Leste Europeu, antes de a Casa Branca exigir a entrega do petróleo do Vale do Orenoco para não invadir a Venezuela.
Infelizmente, no entanto, na ânsia de mais ouro, petróleo e terras, as bestas pouco ligam para o ‘A guerra não é do interesse de ninguém’ e continuam a fazer as guerras que lhes interessam.
Por estes dias, num laivo de hipocrisia, aquela frase de ouro foi lembrada pelo primeiro-ministro do Reino Unido Keir Starmer numa conversa telefônica com o presidente Masoud Pezeshkian – não para exigir moderação de Joe Biden ou de Benjamin Netanyahu – mas pedir-lhe para o Irã não retaliar os assassinatos pelas forças de Israel do comandante militar do Hezbollah Fuad Shukr, em Beirute, e do líder do Hamas Ismail Haniyeh, em Teerã.
Na realidade, apesar de citar uma frase de aparência pacifista, o ‘pedido’ de Keir Starmer – então falando como porta-voz da aliança liderada pelos Estados Unidos – carrega um sabor de ameaça, pois soa como um ‘se vocês se defenderem contra Israel, nós os atacaremos’.
Ou seja, ao contrário da mensagem pacifista desejada, em tom de ameaça, o telefonema de Keir Starmer transmitiu ao presidente iraniano Masoud Pezeshkian que a sanha destrutiva e genocida de Israel conta com o apoio dos Estados Unidos e dos seus aliados.
Por tudo aquilo que se conhece dos persas, este tipo de ameaça não vai funcionar.
Se alguém, de fato, acredita que ‘a guerra não interessa a ninguém’, que trate de cuidar da paz e pare de fazer a guerra e ameaçar os outros.
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