O BANCO CENTRAL E O AJUSTE DAS CONTAS
Controlado por representantes do chamado Grande Capital, contrariando parte do discurso proferido a cada esquina, o Congresso Nacional foi duro com medidas propostas pelo governo Lula à guisa de ‘ajuste de gastos’, rejeitando todas aquelas dirigidas ao ‘andar de cima’, incluindo as tentativas de conter altíssimos salários no funcionalismo publico e subsídios desnecessários.
O ministério da Economia fez as contas e, talvez como prova de que a preocupação com as contas públicas não é sincera, apurou que as modificações introduzidas no Pacote pelo Congresso Nacional reduziram a economia esperada em R$ 2 bilhões (não será surpresa se, qualquer dia desses, algum bolsonarista apresentar proposta para compensar este dinheiro através do corte de verbas originalmente destinadas a saúde, educação ou assistência social).
Na realidade, perdida no emaranhado dos discursos alarmistas do mercado, a sociedade não percebe a posição do grande sumidouro dos recursos públicos.
De fato, ao que parece, mais do que uma preocupação sincera com os déficits públicos, o discurso do pessoal da FariaLima tenta (e consegue) desviar a atenção do ‘grande ladrão’ do Tesouro Nacional, cujo endereço é SBS, Quadra 3, no Setor de Autarquias Norte, em Brasília.
‘Mas este é o endereço da sede do Banco Central, em Brasília’, se espantarão alguns.
É exatamente isso.
Para quem ainda não atentou, o desvio de dinheiro público decorrente das decisões do Conselho de Política Monetária (Copom) é muito maior do que aquele consumido pelos subsídios graciosos dados pelo governo aos sanguessugas protegidos pelo Congresso Nacional.
Para se ter uma ideia do saco sem fundo administrado pelo Banco Central, para cada 1% de aumento na taxa Selic há um aumento na dívida pública de cerca de R$ 55 bilhões (isto mesmo: cinquenta e cinco bilhões de reais).
Enquanto isso, fingindo que não sabe (e achando que a gente não sabe) disso, a extrema-direita insiste na tese da austeridade fiscal com cortes em tudo capaz de impulsionar a economia popular e proporcionar bem-estar social.
Talvez seja hora de o País discutir um ajuste que imponha limites ao valor que o governo possa usar para pagamento da divida.
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