Como todos sabem, apesar de acreditar fervorosamente na existência de Deus, não professo qualquer religião.
Isto, naturalmente, não significa que não tenha alguma formação religiosa.
Fui batizado na Igreja Católica, fiz a Primeira comunhão, estudei no Colégio Marista, onde recebi orientação de homens santos, como o Padre Henrique, frequentei a Igreja do Alto da Torre, onde participava das missas rezadas pelo Padre Romeu e, claro, li a Bíblia (assim como outros livros religiosos).
Aprendi, entre outras coisas, que um dos maiores pecados dos homens é querer se igualar a Deus (conforme diz Isaías sobre Lúcifer, que “se rebelou contra Deus, desejando ser semelhante ao Criador”).
Disse tudo isso para comentar sobre o avanço representado pelo fim da jornada 6 x 1, um inferno decorrente do maior dos pecados – a criação da propriedade privada pelo homem, que, de coisas como ouro e terras, alcançou outros homens, passando a se chamar ‘escravatura’ (jornada 7 x 0).
Com a evolução social e tecnológica, a jornada evoluiu para o 6 x 1 e não há razão para parar por aí.
Segundo a Bíblia, quando criou o mundo em seis dias e descansou no sétimo, Deus tomou para si a jornada 6 x 1. Observe que (sempre segundo a Bíblia), conforme criado por Deus e descrito por Jesus, o Céu é ‘uma grande festa, com muitas pessoas felizes e unidas, sem tristeza nem sofrimento’.
Neste ambiente celestial, a jornada é 0 x 7.
Aliás, na ambiência em que estamos tratando, o trabalho surgiu como castigo, quando Deus expulsou o Homem do Éden e lhe disse “Terá de trabalhar no pesado e suar para fazer com que a terra produza algum alimento”.
Nem neste momento, no entanto, Deus fala em jornada 6 x 1 (até porque este regime coube a Ele próprio) ou qualquer outra [jornada] e, como ser onisciente, Ele sabe que, dotado de inteligência e iniciativa, o homem conseguiria superar a escravidão e saberia construir o seu próprio Éden.
E é exatamente isso o que, com as facilidades permitidas pelo avanço científico e tecnológico, a duras penas (e com os tropeços decorrentes do egoísmo das elites) o homem vem fazendo.
Agora, por exemplo – em passo, diga-se de passagem, atrasado em relação a outros países -, graças à iniciativa da deputada Érika Hilton, o Congresso Nacional discute uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que visa abolir a escala de trabalho 6×1 no Brasil.
Em função da forte mobilização nas redes sociais, a PEC ganhou tração e conquistou com sobras o número mínimo de assinaturas para iniciar sua tramitação.
Agora vai começar mais uma Via Crucis da classe trabalhadora brasileira, pois as elites, os xurebas, as vítimas das síndromes de Estocolmo e de Nova York e toda a fauna que se abriga na banda direita do espectro político do País vão cerrar fileiras contra este avanço social (como fariam com quaisquer outros).
De sua parte, se apressando em aproveitar os últimos dias antes de ser encarcerado por golpismo, genocídio e tantos outros crimes a que responde, Jair Bolsonaro já se posicionou contra e orientou os parlamentares da extrema-direita a fazer o mesmo.
Nunca é demais lembrar que, pela vontade de gente como Jair Bolsonaro, ao invés de modernizar as relações no mundo do trabalho, o Brasil revogaria a Lei Áurea.
De qualquer, como é uma luta justa e necessária, a sociedade brasileira não pode recuar diante dos reacionários e perder a chave de incluir o Brasil no rol dos países que já deram este passo rumo ao Paraíso pensado por Deus para a Humanidade.
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