O presidente Lula vem sendo pressionado pelo ‘mercado’ (corruptela usada para designar os bancos e outros parasitas rentistas), devidamente reforçado pela mídia corporativa, a fazer um ‘ajuste das contas públicas’, uma manobra cujo propósito não é outro senão cortar recursos destinados às áreas sociais.
Por puro preconceito, as elites e xurebas que se identificam com o pessoal do dinheiro (síndrome de Nova York) e, em flagrante tiro-no-próprio-pé, os ‘pobres de direita’ (síndrome de Estocolmo) não estão preocupados com as contas públicas e, sim com a possibilidade de os pobres terem vida melhor e ganhar a possibilidade de ascender socialmente.
Isto ficou claro na atitude de os parlamentares representantes dos ricos e dospobres-de-direita barrarem a tramitação do projeto-de-lei que criava o Imposto sobre Grandes Fortunas e se recusarem sequer na revisão da farta distribuição graciosa de dinheiro próprio através dos subsídios aos setores já consolidados.
Para que se tenha ideia do sumidouro de dinheiro público representado pelos subsídios, relatório da Receita Federal aponta que, neste 2024, até agosto, usufruindo as delícias previstas em 43 tipos de benefícios tributários, as empresas beneficiadas com incentivos já haviam consumido a soma estonteante de R$ 97,7 bilhões (R$ 97.700.000.000,00).
Só a Braskem (aquela que vem desmoronando Maceió em crimes ambientais) mamou R$ 2,27 bilhões em incentivos obtido no chamado Regime Especial da Indústria Química (Reiq).
Da sua parte, no embalo do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), criado para apoiar setores como o de eventos e alimentação durante a pandemia, a bilionária iFood mamou R$ 336,11 milhões.
Por sua vez, o setor igualmente bilionário de adubos e fertilizantes mamou R$ 14,9 bilhões e aqueles 17 setores beneficiados com a desoneração da folha de pagamentos mamou R$ 12,26 bilhões.
É muita mamação.
Enquanto isso, em gesto aporofóbico de hipocrisia e perversidade insuperáveis, se recusando a admitir a taxação da grandes fortunas, acompanhada por toda a sorte de desinformados, inocentes úteis e espertalhões maldosos, a Faria Lima exige o corte na micharia paga a título de BPC aos miseráveis desprovidos de qualquer fonte de renda.
Leia mais em
www.alexandresanttos.com.br