Culminando a tramitação iniciada em 2011, quando foi apresentado pelo deputado conservador Pedro Paulo, com o impulso decisivo da bancada bolsonarista, o projeto-de-lei que restringe a saída temporária de presos (a chamada ‘saidinha’) foi aprovada pela Câmara dos Deputados e seguiu para o Palácio do Planalto, onde, com toda certeza, vai receber algum tipo de veto do presidente Lula.
O tal projeto-de-lei retrata o sentimento em prol da justiça vingativa sempre alimentado pela Direita. Observe que, na realidade, mais do que ‘proteger a sociedade (como argumentam os conservadores), a supressão da ‘saidinha’ intensifica o rigor da penas (é sempre bom lembrar que, no fundo, além das restrições determinadas nas sentenças judidicais, os apegados são forçados a enfrentar regimes similares aos piores infernos já retratados no imaginário das pessoas).
Aliás, o incremento subjacente ao rigor das penas em nada contribui para a ressocialização dos presos, servindo apenas para aplacar o sentimento de vingança alimentado por alguns.
Não era meu desejo falar no assunto, mas diante da euforia despertada pela aprovação do projeto-de-lei e do noticiário sobre o agravamento da situação jurídica de Jair Bolsonaro e de muitos da sua patota, é possível que muito em breve o fim da ‘saidinha’ deixe de interessar à Direita, pois, tal como um bumerangue, se volte contra seus próprios mentores.
Leia mais em
www.alexandresanttos.com.br