Há uma guerra no Leste Europeu. Uma guerra que não devia ter começado e, pelo visto até agora, não terminará tão cedo.
Lembro que, no início de 2022, preocupada com a segurança da sua fronteira ocidental, a Rússia advertiu a Ucrânia sobre a anunciada intenção do governo de Volodimir Zelenski de aderir a OTAN – uma aliança militar controlada pelos EUA, que, embora tenha perdido a razão de existir desde 1991 com o fim da URSS, continua a se expandir.
Na época, confiando nas palavras do presidente norte-americano Joe Biden, o ucraniano desafiou o medo do Kremlin e ‘esticou a corda’, em um tenso processo que redundou na guerra – um conflito que confronta, de um lado, a Rússia e, de outro [lado], os EUA e seus aliados, tendo o território da Ucrânia como teatro de operações e número de mortos impreciso [nunca houve guerra tão marcada pela desinformação como esta].
Se envolvesse apenas Rússia e Ucrânia, esta guerra no Leste Europeu teria acabado no primeiro mês do conflito. Mas, não é assim.
Nesta guerra, a participação da Ucrânia se limita a oferecer a base territorial para a destruição, tropas (e vidas) para o experimento de armas e a capacidade de endividamento em garantia das bilionárias ‘ajudas militares’ (que, como sabe-se, são empréstimos para cobrança oportuna).
Na realidade, o inimigo que se enfrenta a Rússia são os EUA (e seus aliados). Por isso, a guerra não acaba.
Recentemente, deixando claro o caráter defensivo da invasão da Ucrânia, o vice-ministro das relações exteriores Mikhail Galuzin anunciou as medidas esperadas pela Rússia para encerrar a guerra: 1) se não quiser parceria com a Rússia, a Ucrânia deve se manter neutra e, portanto, fora da OTAN; 2) a Ucrânia deve se desnazificar e se desmilitarizar; e, finalmente, 3) deve reconhecer a independência das regiões de Luhansk, Donetsk, Zaporizhzhia, Kherson e Crimeia.
Não me parece que os EUA estejam dispostos a aceitar este (ou qualquer outro) plano de paz. Resumindo: a guerra vai continuar e os europeus, coitados, que aprendam a conviver com as mazelas advindas da situação.
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