Há cerca de oito anos, impulsionado pela campanha golpista que terminou por apear Dilma Rousseff do Palácio do Planalto, o Povo argentino deu as costas para o humanismo e elegeu o liberal Maurício Macri para ocupar o cargo mais importantes da Casa Rosada.
Foram quatro anos de sofrimento.
Tal como aconteceu no Brasil nos tempos do usurpador Michel Temer, o presidente Macri aproveitou a situação para fazer a Argentina recuar na história e, sujeito ao liberalismo, o Povo argentino ‘comeu o pão que o diabo amassou’.
E aí, arrependido, [o Povo argentino] quis voltar aos ‘bons tempos’, derrotando Macri e elegendo o progressista Alberto Fernandez. Acontece que as coisas não acontecem em passes de mágica. De fato, refazer é muito mais difícil e demorado do que desfazer e, apesar de seguir receituário humanista, Alberto Fernandez não conseguir reconstruir a Argentina durante seu mandato.
Pois bem.
Assim como acontece por toda a parte, a direita quer voltar ao poder na Argentina e, bem ao seu estilo, começou a lançar mão de instrumentos sujos.
Esperando pavimentar o retorno de um candidato conservador à Casa Rosada, ao tempo que atribuiu a dificuldade de Alberto Fernandez soerguer o país da destruição deixada por Macri à incompetência dos progressistas e humanistas, os liberais mobilizaram um forte aparato de Lawfare para inviabilizar uma eventual candidatura da grande líder Cristina Kirchner.
Pronto!
Acharam que isto seria suficiente e lançaram a candidatura de Patricia Bullrich.
Mas as coisas não aconteceram como os liberais queriam e, assim como aconteceu no Brasil (onde a descrença na política fez surgir Jair Bolsonaro), descrentes na política, os argentinos passaram a apostar no maluco da extrema-direita Javier Milei, que aparece à frente em todas as pesquisas de intenção de voto.
Os argentinos não sabem ainda, mas Javier Milei – que defende o rompimento diplomático com o Brasil e a China (maiores parceiros comerciais da Argentina), a venda de órgãos humanos, a extinção do peso e adoção do dólar como moeda nacional, a reformulação do organograma de ministérios na busca do Estado mínima, etc. etc. – [Javier Milei] é mais doido do que Jair Bolsonaro.
Em certa medida, eleger o desequilibrado Javier Milei tendo a possibilidade de escolher Sergio Massa equivale àquilo que o eleitorado brasileiro fez quando elegeu Jair Bolsonaro dispondo da possibilidade de escolher Fernando Haddad (e deu no que deu).
Que os argentinos lembrem daquilo que aconteceu no Brasil e façam a melhor escolha para seu país.
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