Do receituário capitalista consta a abordagem monetarista da Economia, uma prática que, pouco comentada pelas pessoas, escancara as prioridades do Liberalismo.
À exceção daquilo que ocorre nos Estudos Unidos (que pouco estão se lixando para o assunto), nos demais países de economia liberal, isto implica na manutenção de equilíbrio orçamentário (e, em alguns casos, [implica] na produção de superávits, de modo a garantir que não faltará dinheiro para saciar o apetite dos rentistas e outros sanguessugas.
Em outras palavras, os economistas liberais sugerem (e exigem) que, ao invés de usar dinheiro público para o resgate da enorme dívida social com os pobres (aos quais falta serviços de todas as naturezas, em processo acumulado ao longo dos tempos), os governos se preocupem basicamente em não deixar que falte dinheiro nas tetas continuamente mamadas pelos rentistas.
Do ponto de vista objetivo, esta prática é egoista e perversa, pois direciona os olhos dos ricos para qualquer dinheiro destinado a coisas de interesse dos pobres.
Nos dias correntes, com argumentação reforçada pela dívida impulsionada pela taxa selic mantida em patamar estratosférico pelo monetarista Roberto Campos Neto, falando através da grande mídia e de outras vozes igualmente cooptadas, os sanguessugas – referidos genericamente como ‘o mercado’ ou [como] ‘a FariaLima’ (nome da rua onde se concentram as tocas de algumas das lobas mais famintas e gulosas do mercado financeiro) – deixando claro a vontade de açambarcar recursos destinados às politicas sociais pelo governo Lula, urram gritos (desnecessários, mas impactantes) em alerta dos riscos do ‘crescente déficit’ e cobram o ‘ajuste das contas do governo’.
Por ‘ajuste das contas’, este pessoal quer dizer ‘corte de gastos’ e, mais ainda, ‘corte de gastos naquilo que beneficia as camadas mais nobres da população’, sugerido a redução dos valores aplicados em áreas como educação, saúde e previdência.
Aliás, o tal ‘ajuste das contas’ tem índole tão perversa que não admite soluções como a tributação das grandes fortunas (como ficou claro com a recente rejeição pela Câmara dos Deputados do projeto-de-lei que criava o Imposto sobre as Grandes Fortunas) ou a suspensão dos subsídios dados aos setores econômicos já consolidados.
Como sempre ocorre, o discurso monetarista do equilíbrio fiscal e ajuste orçamentário pretende aumentar, ainda mais, o sofrimento dos pobres miseráveis e [aumentar] a dificuldade do governo promover justiça social.
As lobas do mercado querem o dinheiro do BPC, que sofrivelmente alimenta os miseráveis, [querem o dinheiro] do SUS, que oferece serviços de saúde àqueles que não podem pagar planos de saúde, [querem o dinheiro] da educação pública, que pode criar um futuro mais justo para aqueles que não podem pagar o ensino particular.
Não, isto não.
Neste momento, a sociedade brasileira deve dizer NÃO ao tal ‘ajuste’ proposto pelas lobas do mercado e apoiar o presidente Lula, dando-lhe forças para resistir ao assedio dos desalmados que, negando as migalhas direcionadas aos pobres, querem tudo para si.
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