Aproveitando a guerra no Leste Europeu para reviver os mais duros momentos da Guerra Fria, os Estados Unidos forçaram o chamado ‘mundo ocidental’ (uma ficção diplomática que, além dos próprios Estados Unidos, engloba os países curvados ao seu poderio, incluindo até mesmo países orientais, como o Japão e a Coréia do Sul) a impor um severo embargo econômico e cultural à Rússia, banindo inclusive as suas equipes esportivas das competições internacionais.
Enquanto isso, em atitude que, além de colocar em risco todos os competidores, desmoraliza a argumentação usada para excluir os russos dos circuitos esportivos internacionais, [o mundo ocidental] fechou os olhos para as guerras genocidas levadas adiante por Israel no Oriente Médio e nada fez, mantendo a presença dos seus times na cena mundial, inclusive na Copa do Mundo e Olimpíadas.
Pois bem.
Sentindo-se garantidos pelos padrinhos que nada fazem para impedir a carnificina em Gaza e os ataques despropositados à Líbia, Síria e até ao Irã, os israelenses deram vazão ao empoderamento arrogante de quem pode matar impunemente e resolveram exportar sua violência para a Europa.
Com efeito, na 5ª feira, 07 de novembro de 2024, julgando-se ‘donos-do-mundo’ e sem necessidade de prestar conta dos seus atos a quem quer que seja, enquanto policiais armados de Israel invadiam o santuário Eloana, no Monte das Oliveiras – um dos quatro locais que compõem o domínio nacional francês na Terra Santa – e prendiam funcionários do consulado da França (um incidente que chegou a cancelar a visita do ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noel Barrot a Jerusalém), na Holanda, os israelenses resolveram fazer mais uma das suas, destilando ódio contra os palestinos e desrespeitando o mundo.
Acontece que, desta vez, não estavam no território israelense e se deram mal.
Entraram num cacete brabo e, até hoje, tem israelense sem saber de onde veio a primeira bordoada.
Foi assim.
Sob a desculpa de fazer turismo esportivo, um bando arruaceiro de Israel viajou a Amsterdam para assistir ao jogo de futebol da Champions League entre o Ajax e um Maccabi Tel Aviv – um time peba, que só tem qualidade para jogar em Israel, onde, ao invés de jogar futebol, se prefere jogar bomba nos outros (preferencialmente nos velhos, mulheres grávidas, crianças e bebês de colo).
Sem futebol para enfrentar o poderoso Ajax, o timeco israelense levou uma goleada de cinco a zero e foi aí onde o caldo entornou.
Os israelenses resolveram mostrar quem de fato são e ensaiaram uma passeata pelas ruas de Amsterdam, cantando canções em defesa do genocídio dos palestinos, agitando bandeiras de Israel, gritando palavras-de-ordem contra a população árabe, arrancando bandeiras da Palestina que enfeitam muitas janelas da cidade e… entraram no cacete.
Mesmo omitindo as provocações agressivas dos israelenses, a ‘mídia ocidental’ não teve como esconder o incidente, pois, como registraram algumas agências de notícias, “a cidade de Amsterdam virou um palco de guerra entre torcidas organizadas israelenses e pessoas pró-Palestina”.
Assustado com a reação dos europeus contra os provocadores israelenses, o governo de Benjamin Netanyahu apressou-se em mandar dois aviões para resgatá-los.
Estes episódios (a invasão do santuário Eloana e as agressões levadas ao território holandês pelos arruaceiros israelenses) demonstram, claramente, a urgente necessidade de o mundo colocar um freio do governo de Benjamim Netanyahu. Para começar, que tal por banir Israel dos circuitos esportivos internacionais?
Leia mais em
www.alexandresanttos.com.br