De tão habituado a usar os fartos recursos de que dispõe – dinheiro e poder dos quais decorrem discursos de políticos comprados, comentários contratados a ‘especialistas’ venais, invencionices plantadas pela mídia corporativa e, mesmo, mentiras deslavadas -, para ‘fazer acontecer’ e orientar a opinião pública, ajustando-a aos seus próprios interesses, o chamado mercado (eufemismo que designa o ‘mercado financeiro’) não costuma considerar a realidade circundante e, muitas vezes, chega a afrontar a inteligência das pessoas.
Embora absurda, esta forma de agir vem dando certo, especialmente junto a mentes norteadas pelo complexo de NovaYork, naturalmente simpáticas ao modo-de-ver-o-mundo praticado pelas elites e replicado pelas xurebas.
Por estes dias, no entanto, o mercado abusou da prática de emitir opiniões desconectadas da realidade e terminou por desmoralizar-se. Imagine que neste começo de dezembro – ao tempo que vinha à tona alguns feitos econômicos do governo Lula, como elevação do PIB, queda da carga tributária, desaceleração da inflação, desempenho positivo das exportações e do consumo das famílias, redução da taxa de desocupação, recorde do número de pessoas ocupadas e criação de milhões de novos postos de trabalho -, a guisa de ‘opinião do mercado’, pesquisa Genial/Quaest revelou que 90% dos entrevistados fazem uma avaliação negativa do terceiro mandato de Lula.
Considerando a conjuntura econômica favorável vivida pelo País, a ‘pesquisa’ caiu no descrédito, merecendo até uma brincadeira do presidente Lula, que, em tom de brincadeira, interpretou a ‘pesquisa’ como prova de a política econômica do governo ter conquistado 10% do mercado financeiro.
Na realidade, do ponto de vista dos interesses do País, a opinião do ‘mercado’ pouco importa, sendo completamente irrelevante.
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