Por estes dias, de uma hora para outra, sem que tivesse havido qualquer alteração na política externa de Cuba, talvez por querer se redimir dos pecados cometidos por toda a vida, Joe Biden a retirou da ‘lista de países que patrocinam o terrorismo’ – uma lista que, embora só exista na cabeça doente do Tio Sam, causa muitos problemas a quem nela aparece.
A repentina decisão do pato manco é muito expressiva, pois deixa claro não haver qualquer razão objetiva para um país figurar (ou não figurar) na ‘lista de países que patrocinam o terrorismo’ ou mesmo para a existência da própria lista.
Na realidade, assim como as outras listas (dos ditadores, dos governos corruptos, dos narco-traficantes e tantas outras), a que se refere aos ‘países que patrocinam o terrorismo’ é uma invenção do departamento de Estado dos Estados Unidos para embasar as suas doutrinas de dominação.
Quando há interesse da Casa Branca, o país é colocado ou retirado pelos Estados Unidos da lista que ele mesmo criou.
Apenas para registro, vale notar que, na lista dos ‘países patrocinadores do terrorismo’ criada pelos Estados Unidos ainda permanecem a Coreia do Norte, o Irã e a Síria (a Rússia e a Venezuela estão em outras listas).
Segundo o press release distribuído pelo governo norte-americano, este indulto a Cuba faz parte de um acordo mediado pela Igreja Católica, através do qual, em troca da gentileza dos Estados Unidos (incluindo o cancelamento de algumas restrições para transações financeiras), o presidente Miguel Díaz-Canel mandará libertar colaboracionistas presos por ocasião da agitação estimulada pela Casa Branca em meados de 2021.
Nunca é demais lembrar que, por puro medo do sucesso econômico do regime socialista praticado em Cuba (e, claro, do efeito demonstração decorrente), desde o início da década dos anos 60, os Estados Unidos mantém um criminoso bloqueio econômico contra a Ilha, impondo medidas coercitivas que impossibilitam o crescimento e provocam sofrimento à população.
Como para sair e entrar nesta lista (e em qualquer outro índex norte-americano) basta a vontade imperial do chefe da Casa Branca, não será surpresa se ao tomar posse Donald Trump anular a decisão de Joe Biden.
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