O exercício da cidadania se manifesta (ou não se manifesta) de muitas formas.
Para uns, basta pagar e cobrar a boa aplicação (às vezes só reclamando) dos impostos.
Para outros, basta votar e (com diversos graus de envolvimento) reclamar ações dos eleitos (às vezes, sem mesmo lembrar o nome do candidato no qual votou).
Uns acham que a cidadania deve ser exercida de forma ativa e altiva, de megafone nas mãos e de mãos nos teclados, apontando caminhos e cobrando ações dos governos.
Outros [infelizmente] pensam que a cidadania não é assunto de pauta e, entregando a vida a Deus, preferem ‘terceirizar’ este aspecto e culpar outros pelas mazelas que os incomodam.
É o caso dos embolhados, que – vivendo em bolhas de desinformação ou em comunidades fechadas – entregam o comando da sua militância cidadã (quando ocorre) a mentores e, na condição de inocentes úteis, como se fossem ‘teleguiados’, cumprem as tarefas que lhes são designadas, comparecendo aos locais que lhes são indicados, gritando as palavras-de-ordem que lhes são ensinadas, replicando as mensagens que lhes são enviadas e coisas assim.
Neste caso, se enquadram os bolsominions e os crentes da rafaméia evangélica, que, em condição muito assemelhada ao gado, só pensa, diz e faz aquilo que lhes é comandado pelo pastor (religioso ou político).
É por isso que nunca se vê um desses ‘teleguiados’ em manifestação politica que protesta ou cobra elementos da realidade concreta, como combate à carestia, à falta de moradia, à fome, melhoria do sistema de educação, enfim coisas de interesse do Povo.
Duvida disso?
Pergunte a qualquer bolsomínion que tenha participado do Oito de Janeiro (e, por isso, está sujeito a penas de 17 anos de cadeia) se, alguma vez na vida, [ele] já participou de alguma passeata para redução da tarifa do metrô, em protesto contra o desemprego ou contra o aumento da conta de energia elétrica.
A resposta será NÃO.
Nunca um bolsomínion ou um crente da rafaméia evangélica participou de coisas de interesse do Povo.
Gente como Vovó de Tubarão e Débora do Batom nunca participou de qualquer luta por coisas objetivas como pão, transporte, casa, segurança, educação, saúde, trabalho e renda.
No quesito participação, a contribuição dos bolsominions ou dos crentes da rafaméia evangélica se limita a servir de bucha para engordar as concentrações de interesse dos pastores, quando (eventualmente torcendo para que a luta de outros pelas coisas do seu interesse dê certo) vestidos de verde-amarelo (ou da forma como for determinada), ajudam a encher praças e gritam coisas que sequer sabem o significado.
No fundo, a decisão de terceirizar a mobilização cidadã para os grupos de pressão social e de condicionar a sua participação política à vontade de pastores (religiosos e políticos) decorre de uma espécie de falta de coragem natural do Gado e, obviamente, implica em riscos próprios na vida daqueles cuja existência é pautada pela apatia social e pela ignorância política.
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