Ontem, dia 08 de junho, feriado comemorativo de CorpusCristi – data santa para os católicos, que reverencia o corpo de Cristo com missas e procissões por todo o país -, o centro de São Paulo foi tomado por multidões evangélicas que participavam de mais uma ‘Marcha para Jesus’ – grandioso evento que, embora tenha o nome vinculado a JC e evoque razões religiosas, é marcado por características culturais, comerciais e políticas.
No próximo domingo, cumprindo uma agenda ecumênica, o mesmo ambiente servirá de palco para a Parada LGBT – festa debochada que, plena de alegria e de irreverência, reúne milhões de pessoas para afrontar preconceitos e manifestar o orgulho gay.
Um observador menos atento pode atribuir à ambiência deste eventos a marca da tolerância e da civilidade.
Nada mais enganoso.
Na realidade, especialmente nestes últimos anos (impulsionados por grupos orgulhosos do ‘sou liberal na economia e conservador nos costumes’ jactado pela extrema-direita), o Brasil foi varrido por uma onda de intolerância, que, além dos pobres e negros (que constituem maiorias)acuou minorias e embalou preconceitos raciais, sexuais, religiosos, étnicos, sociais, econômicos e outros.
Imagine, por exemplo, a possibilidade inimaginável de uma realização simultânea da ‘Marcha para Jesus’ e da ‘Parada do Orgulho Gay’.
Quantos insultos ecoariam pelas ruas e avenidas? Quantas brigas precisariam ser apartadas? Quantos tiros seriam ouvidos em meio aos santos esconjuros gritados por fiéis horrorizados? Quantas mortes violentas precisariam ser perdoadas pelos pastores histéricos e investigadas pela polícia?
Mas, o mundo não precisa ser assim.
As diferenças não precisam justificar radicalismos.
É preciso cultivar um padrão civilizado de convívio dos diferentes.
É preciso fazer da diversidade uma ferramenta de força das coletividades.
Estes são desafios colocados à Humanidade e à sociedade brasileira.
Enquanto à intransigência e os preconceitos não forem superados, a sociedade estará longe de atingir o patamar de evolução esperado de um Povo minimamente civilizado.
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