Na 4ª feira passada, dia 23 de abril de 2025, dando consequência concreta às denúncias feitas em setembro de 2024 pela Controladoria-Geral da União (CGU), a Polícia Federal (PF) levou adiante a chamada ‘Operação Sem Desconto’, para desbaratar um esquema de desvios de benefícios de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), cumprindo 211 mandados judiciais de busca e apreensão, ordens de sequestro de bens no valor de mais de R$ 1 bilhão e 6 mandados de prisão temporária.
Segundo PF e CGU, desde o início do governo de Jair Bolsonaro em 2019, associações fizeram descontos não autorizados na folha de pagamentos das aposentadorias e pensões, numa fraude cujo montante alcança a estonteante cifra de R$ 6,3 bilhões.
O mapa do trambique – que, de certa forma, contou com a cumplicidade do governo Bolsonaro, que não fazia qualquer verificação para certificar a procedência das informações – era o seguinte: sem que entregassem os documentos necessários, entidades de classe, como associações e sindicatos, formalizavam Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) com o INSS para a realização de descontos diretamente na folha de pagamento de aposentados e pensionistas sem a autorização dos beneficiários.
Era uma festa.
Com a revelação do mega-golpe em entrevista coletiva concedida pelos ministros Vinícius de Carvalho (Controladoria-Geral da União), Ricardo Lewandowski (Justiça) e Carlos Lupi (Previdência) e, ainda, pelo Diretor Geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, as coisas andaram rápidas.
De imediato, inconformado com a sua inércia diante do caso (alertado pela CGU desde setembro de 2024), o governo demitiu o presidente do INSS Alessandro Stefanutto e estancou a sangria, determinando a suspensão dos descontos e a restituição dos valores subtraídos indevidamente dos aposentados e pensionistas.
De sua parte, igualmente ágil, os liberais passaram a comentar que ‘é hora de uma nova e radical reforma da previdência’ e – sem qualquer alusão ao fato de que o golpe começou no governo de Jair Bolsonaro e foi investigado e desbaratado pelo governo Lula – além de comunicar a intenção de convocar uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar o golpe, os bolsonaristas trataram de distribuir versões fakes sobre ‘o destacado envolvimento na fraude de Frei Chico, irmão do presidente Lula e vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), que sequer foram citados na Operação Sem Desconto.
A sociedade brasileira torce para que o governo Lula tenha força política para levar as investigações até o fim e todos (rigorosamente todos) os filhos-da-puta envolvidos no roubo dos velhos o o o aposentados e pensionistas sejam punidos com o máximo rigor possível.
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