“O ministro Alexandre de Moraes acaba de determinar a prisão do ex-presidente…”.
O locutor tinha começado a noticiar a decisão do ministro Alexandre de Moraes de mandar prender Fernando Collor de Mello e muitos corações se aceleraram pelo País.
Em Brasília, os termômetros aqueceram em muitos lugares.
No Hospital-Hotel DF Star, Jair Bolsonaro teve uma crise de Cagaço, fazendo disparar todos os aparelhos da UTI na qual está alojado.
Na SHS Q, da sua sala de presidente do Partido Liberal, Valdemar da Costa Neto exultou e, socando o ar em sinal de vitória, tratou de ligar para Michele e dizer-se pronto para acolhê-la em casa, onde mantém uma alcova sempre pronta para a ação.
Em São Paulo, no Palácio dos Bandeirantes, o governador Tarcísio de Freitas sorriu aliviado, imaginando-se livre do estorvo que ainda perturba a sua marcha para a liderança da banda Direita no espectro político do Brasil.
Por todo o País, muitos correram às geladeiras para sacar cervejas e comemorar a prisão do quadrúpede. Embora tenha esfriado o clima, a conclusão da notícia serviu como amostra de como será o Grande Dia.
Na realidade, o ex-presidente que vai em merecida cana é o velho corrupto Fernando Collor de Mello – o criminoso que, depois de servir de ferramenta dos liberais para evitar a chegada à presidência de Lula ou Leonel Brizola, tantos suicídios provocou quando sequestrou as poupanças em 1990 e [quando] escancarou a (então despreparada) economia brasileira ao exterior.
Depois de ter escapado de muitos processos pela mágica que os advogados sabem fazer, em 2023 Fernando Collor de Mello finalmente não conseguiu mais se livrar da Justiça e foi sentenciado a oito anos e dez meses de prisão por corrupção (entre 2010 e 2014, Collor recebeu propinas no valor histórico de R$ 20 milhões para obter felicidades para a empresa UTC Engenharia junto à BR Distribuidora).
Mesmo assim, mediante manobras jurídicas, os advogados conseguiram empurrar a prisão do bandido até ontem, quando, cansado de ver a Justiça ser feita de palhaça, o ministro Alexandre de Moraes determinou o imediato cumprimento da sentença imposta a Fernando Collor de Mello há dois anos.
Agora, cumpridas as formalidades derradeiras, o corrupto alagoano vai ser recolhido a alguma instalação apropriada para um condenado do seu galardão.
Desta vez, a notícia foi com Collor. Em breve, será com Bolsonaro. A festa vai ser grande.
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