“É um moleque” disse o patrão ao ver seu empregado em gozo de licença-médica no jogo de futebol.
Foi mais ou menos isso o que pensou o pessoal do Supremo Tribunal Federal (STF) ao ver Jair Bolsonaro, lépido e faceiro, numa transmissão ao vivo desde a UTI do Hospital-Hotel 7 estrelas DF Star, em Brasília, onde, por duas horas, ao lado dos filhos e sócios Flávio e Carlos e do ex-piloto de Fórmula 1 Nelson Piquet, fez propaganda de um capacete de grafeno comercializado por uma empresa associada à sua família.
“Se pode trabalhar, também pode ser intimado”. E, sob este princípio, através de uma oficiala de justiça que chegou ao hospital-hotel de luxo às 10h30 de ontem, o STF intimou Jair Bolsonaro sobre o início da ação penal que o acusa de tentativa de golpe de Estado.
Tal qual faria o espertalhão em licença-médica flagrado pelo patrão no jogo de futebol, esquecido de que horas antes trabalhara como garoto-propaganda de um capacete, Bolsonaro esperneou e, como sempre faz, se disse perseguido pelo ministro Alexandre de Moraes.
O escarcéu, devidamente filmado para insuflar a bolha bolsonarista, foi tão grande que a oficiala só conseguiu fazer a entrega do mandado de citação às 12h47.
Agora, internado ou não, Jair Bolsonaro tem cinco dias para apresentar defesa no processo a que responde por tentativa de Golpe de Estado.
O dia do carnaval está chegando. Tic-tac.
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