Há poucos dias escrevi a crônica ‘O sumiço das bandeirinhas’ e cogitei sobre razões que teriam levado os partidários de Jair Bolsonaro a desistir delas ao trânsito.
Foi um Deus-nos-acuda, pois, de alguma forma, todos os bolsonaristas e bolsominions se sentiram enquadrados em pelo menos uma das alternativas elencadas (e nenhuma delas era ‘simpática’).
Ouvi cobras e lagartos. No linguajar pouco delicado costumeiramente usado por aquela turma, entre outras coisas, me disseram que eu não sabia interpretar o sinal dos tempos e que as bandeiras então recolhidas voltariam a tremular no próximo grande evento liderado pelo Capetão.
Pois bem.
Veio o tal ‘próximo evento’: o comício da Avenida Paulista, no dia 07 de setembro, no qual, segundo os bolsonaristas mais otimistas, com o apoio do pastor Silas Malafaia, mais de um milhão de pessoas seriam reunidas para louvar a presença de Jair Bolsonaro e execrar a figura do ministro Alexandre de Moraes, verdugo que vem tratando a Direita na rédea curta.
Contradizendo os bolsonaristas e bolsominions, o encontro foi um fiasco.
De fato, o chamado Monitor do Debate Político no Meio Digital’, da Universidade de São Paulo (USP), confirmou a debandada do gado.
Para desilusão dos bolsonaristas, o publico presencial manteve a tendência de queda .
No encontro anterior, ocorrido em 25 de fevereiro, no mesmo lugar e sob mete parecido, Bolsonaro reuniu quase 185 mil pessoas. Agora, no entanto, no encontro de 7 de setembro, Bolsonaro reuniu pouco mais de 40 mil.
Prestes a ser preso e ameaçado pelo igualmente tosco Pablo Marçal, Jair Bolsonaro experimenta uma queda vertiginosa no prestígio popular e, agora, é uma questão de meses até seu retorno à mais rasteira planície.
De sua parte, consciente do inevitável naufrágio do seu principal líder, a direita está apostando na venezuelização do governo Lula. Vamos ver até onde vai isto.
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