“Ovo muito bem”. A equipe da TV Globo que preparava a entrevista nos estúdios em Belo Horizonte não quis acreditar na resposta dada pelo governador Romeu Zema à pergunta sobre o funcionamento do sistema de som do estúdio.
Podia parecer estranho, mas era aquilo mesmo.
Aplicando todo o conhecimento adquirido nos seus tempos de estudante, sem meias-palavras, ao seu modo, usando o linguajar com o qual administra um dos Estados mais importantes do País, Romeu Zema respondeu ‘ovo’ e pronto!
Embora signifique uma excrescência para a intelectualidade da terra de ícones como Guimarães Rosa e Carlos Drumond de Andrade, o despreparo da mais alta autoridade mineira representa o nível do seu eleitorado (constituído basicamente pelos iletrados da extrema-direita e do baixíssimo clero das igrejas evangélicas).
Contei este triste episódio da história recente de Minas Gerais para dizer da naturalidade como recebo a notícia de que, evocando o risco de a leitura ‘comprometer a ordem e a segurança nas colônias penais’, sem respeitar a própria lei de execução penal, presídios de Minas Gerais não estão permitindo o desfrute da literatura pelos apenados, [permitindo-lhes] apenas livros religiosos e de autoajuda.
Apesar de ilegal, este comportamento das autoridades penitenciárias do Estado de Minas Gerais reflete o sentimento do governador Romeu Zema em relação às coisas Educação e da Cultura.
É neste sentido que deve ser compreendido o ‘ovo’ proferido pelo governador.
Talvez a votação estrondosa obtida pelo deputado Nikolas Ferreira, novo presidente da comissão de educação da Câmara dos Deputados, decorra deste tipo de sentimento.
Coitados dos mineiros!!!!
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