Os religiosos cristãos costumam se referir à Bíblia como ‘a Palavra de Deus’ e, neste sentido, consideram tudo o quê nela está escrito como sagrado.
Sabendo disso, fazendo uso de hermenêutica questionável e possível apenas junto a público iletrado ou analfabeto funcional, se dizendo pastores e arautos da Palavra de Deus, espertalhões dão a interpretação que querem aos textos bíblicos para manipular pessoas de modo a conquistar fortuna e posições de poder.
Agregue-se a isto o beneplácito do Estado com as religiões, dispensando as igrejas do pagamento de impostos, e tem-se uma receita perfeita para grandes negócios.
Esta é a ambiência na qual atuam os pastores, que, com vozes estridentes e usando fragmentos pinçados da Bíblia, atribuem caráter divino às suas próprias palavras para levar suas ovelhas a replicar disparates, eventualmente contrários aos comportamentos do Cristo, como, por exemplo, o gesto da ‘arminha’ e o discurso de ódio professado por alguns evangélicos.
Não é sem razão que muitas pessoas vêm se afastando da igreja ou fazendo como a show-women Xuxa Meneghel, que injuriada com as baboseiras do pastor Silas Malafaia, disse que ‘está na hora de reescrever a Bíblia’.
Não se brinca com religião e, sendo assim, não se pode pensar ‘reescrever a Bíblia’ (ou qualquer outro livro religioso), mas, sem ofender a qualquer princípio religioso, pode-se questionar a honestidade dos pastores desonestos que fazem do sacerdócio uma escada para o poder e para a fortuna (e o fazem, diga-se de passagem, ‘reescrevendo’ a Bíblia na prática) e, claro, pode-se atribuir o nível de alienação de muitos fiéis à falta de leitura objetiva (aquela na qual a pessoa compreende aquilo que lê).
Talvez o hábito da leitura consequente consiga dissolver a força mundana dos pastores, valorizando a religião e dando maior respeito à palavra atribuída a Deus.
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