Toda a Esquerda sabe que, como os partidos progressistas não ocupam a maioria das cadeiras do Congresso Nacional, se quiser governar com tranquilidade, Lula precisa articular uma base parlamentar com o chamado Centrão.
Sabe também que, para ser bem sucedida, a negociação com o Centrão precisa envolver a cessão de espaços de governo.
Melhor do que ninguém, os líderes dos partidos progressistas sabem dos riscos a que está sujeito um governo sem sustentação parlamentar e, assim, ao invés de reclamar o encaminhamento dado por Lula às negociações, deveriam estudar formas de contribuir com o alargamento da base governista no Congresso.
Acontece que nem todos pensam assim.
O senhor Carlos Siqueira, por exemplo, insatisfeito com a oferta do ministério da Micro e Pequena Empresa ao dirigente Márcio França, se diz incomodado com o tratamento dispensado pelo Lula ao PSB.
Como se fosse uma donzela em chilique, Carlos Siqueira chegou a dizer que seu partido foi tratado com “falta de etiqueta”.
A rigor, não há porquê Carlos Siqueira se sentir melindrado, até porque, em 2014, a sua irresponsabilidade quase entregou o Pais a Aécio Neves (com a morte de Eduardo Campos em 13 de agosto de 2014, contrariando Roberto Amaral que queria apoiar Dilma Rousseff, Carlos Siqueira fincou o pé e levou o PSB a arriscar a vitória do liberalismo) e, em 2018, [o PSB] deu muitos votos ao impeachment/golpe de Dilma Rousseff.
Nada disso importa (nem mesmo a memória curta ou os faniquitos de Carlos Siqueira).
O importante é garantir a base parlamentar que Lula precisa para governar com tranquilidade.
O importante é avançar. Recuar só em última oportunidade.
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