Os progressistas e humanistas têm muita dificuldade para compreender o funcionamento intelectual e comportamental do pessoal da Direita – um espectro que varre o cenário politico desde as posições moderadas do centro-direita até as posições estridentes da extrema-direita, passando por todas as gradações da chamada direita burra.
A razão básica desta dificuldade é o abismo existente entre as formas de pensar e de agir dos contingentes da Esquerda – marcado sobretudo pela solidariedade, tolerância social, respeito ao meio ambiente e permeabilidade aos avanços – e [contingentes] da Direita – marcado sobretudo pelo egoísmo, conservadorismo e intransigência às modernidades.
Na realidade, apesar de a intensidade daquelas características serem grandes indicadores da posição ocupada pelas pessoas na escala reservada às direitas, a presença e/ou ausência de outros elementos podem ajudar na sua classificação.
Naturalmente, são raros os casos nos quais uma pessoa apresenta características presentes na ‘outra’ banda (embora jamais possa cultivar a solidariedade, um egoista pode, em certas circunstâncias, demonstrar respeito ao meio ambiente ou tolerância, por exemplo, a novas formas de organização familiar).
Isto, no entanto, não a recoloca em outra banda do espectro politico.
Além disso, embora presentes em toda a banda direita, o egoísmo e a índole conservadora e reacionária basais não esgotam as características daquele pessoal, pois, dando curso ao seu jeito de ser e de agir, os conservadores e reacionários desenvolvem trejeitos e manias específicas.
De qualquer modo, pode se afirmar com segurança que, se não tiver havido falsidade ideológica por ocasião das opções originais, mesmo se houver ‘fraquejadas’ momentâneas, quem é de esquerda sempre será de esquerda e quem é de direita sempre será de direita.
Nesta perspectiva, embalados pela solidariedade e demais características marcantes das Esquerdas, em geral, os humanistas e progressistas costumam ser militantes de causas vinculadas à promoção do bem-estar social, do respeito do meio ambiente e da diversidade, sendo contra as políticas econômicas monetaristas, contra o desemprego, contra o desabrigo, contra os preconceitos, contra a fome, contra a tristeza, contra a violência, contra a truculência e contra tudo capaz de comprometer a felicidade, a concórdia, a harmonia e a Paz.
De sua parte, evitando a elaboração de raciocínios julgados complexos e que, muitas vezes, escapam da sua capacidade intelectual, o pessoal da Direita prefere simplificar as formulações e simplesmente ser contra a Esquerda.
Assim, não causa surpresa a posição das Direitas contra pautas progressistas defendidas pela Esquerda, sendo contra o Sistema Único de Saúde, contra o ensino público e gratuito, contra os mecanismos de controle das queimadas, contra o desenvolvimento científico e tecnológico, enfim, contra tudo capaz de proporcionar o bem e o bom.
É nesta perspectiva que deve ser observada a campanha de desgaste contra as universidades públicas brasileiras levada adiante pelo agrupamento ‘Brasil paralelo’, que executa as políticas de interesse da Direita.
Se quiserem estar do lado certo da História, na certeza de que jamais a Direita estará na busca do certo e do justo, as pessoas devem abraçar o lado contrário àquele por ela defendido.
Leia mais em
www.alexandresanttos.com.br