No começo do passado, confiando naquilo que diziam seus mentores ‘ocidentais’, o comediante-presidente Volodimir Zelenski esticou a corda em demasia e, na prática, forçou a Rússia a empreender uma ação militar no território ucraniano, dando início à atual guerra no Leste Europeu.
Agindo como aquele menino que arma confusão confiando na força do irmão mais velho, Zelenski esbravejou, fez e aconteceu.
Seguramente sabendo que era manipulado pelos EUA e pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) (a quem quer agradar por razões ainda por serem esclarecidas totalmente) e se deliciando com todos os momentos sob os holofotes para ele providenciados pelos parceiros, Zelenski esperneou, fez beicinho, recusou todas as ofertas de acordo, aceitou todas as ajudas militares, assistiu placidamente a destruição do seu país e a morte dos seus compatriotas.
Picado por uma espécie de mosca azul, Zelenski parece disposto a demonstrar aos norte-americanos e aos europeus ocidentais ser um ‘parceiro confiável’ e, pelo visto até agora, fará qualquer coisa para a Ucrânia ser aceita como membro efetivo da OTAN e, na condição de ‘colega’, aparecer em fotografias ao lado do norte-americano Joe Biden, do finlandês Jens Stoltenberg, do alemão Olaf Scholz, do francês Emmanuel Macron e dos líderes dos demais países da aliança militar dos Estados Unidos.
Foi com este sentimento que, anteontem, Volodimir Zelensky chegou a Vilnius, na Lituânia, para uma reunião da cúpula da OTAN, sofrendo uma grande decepção.
De fato, de tão incompetente, Zelenski imaginava que bastaria ter oferecido seu país em sacrifício no embate contra a Rússia para ser admitido pela OTAN, arrastando-a formalmente para a guerra.
Deu com os burros n’água, pois, para os líderes dos 31 países que integram a OTAN, uma coisa é armar, comprometer e destruir a Ucrânia numa guerra contra a Rússia e outra coisa é entrar de peito aberto numa guerra contra ela (contra a Rússia) – uma das cláusulas da OTAN estabelece a solidariedade militar entre seus membros, obrigando que, no caso de guerra envolvendo qualquer um deles, todos os outros se mobilizem em sua defesa (Vale dizer que, nem sempre estas cláusulas funcionam: em 1982, por exemplo, por ocasião da guerra das Malvinas, apesar de fazer parte da OEA, os Estados Unidos não moveram uma palha para defender a Argentina da armada britânica).
Desfazendo o sonho de Zelenski, o presidente Joe Biden se apressou em dizer que os Estados Unidos – país que o teleguiou [teleguiou Zelenski], mais se beneficia com a destruição da Ucrânia e já se move para comandar um eventual ‘esforço de Reconstrução’ – só admitirão estudar o processo de admissão da Ucrânia na OTAN ‘após um cessar-fogo definitivo no Leste Europeu’.
De qualquer forma, sentindo que, se não houver maior envolvimento dos ‘aliados ocidentais’, cedo ou tarde, vai perder a guerra (e o pescoço), Volodimir Zelenski exasperou-se e passou a atacar a OTAN: “É um absurdo a OTAN não ter um plano para o ingresso da Ucrânia”.
Desdenhando o chilique do comediante, em comunicado conjunto que não fez qualquer alusão à Ucrânia, os países da OTAN classificaram a Rússia como “a ameaça mais séria e direta à segurança na região euro-atlântica”.
E, contrastando a destruição provocada no território da Ucrânia com a incolumidade dos países da OTAN, Volodimir Zelenski está aprendendo que governar não é engolir a corda lançada pelos supostos ‘futuros parceiros’.
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