Na 6ª feira passada, como faço com alguma regularidade, tomei a BR-232 para uma viagem que, com todos os tropeços e percalços decorrentes dos serviços de alargamento da estrada, costuma demorar cerca de uma hora e meia.
Desta vez, no entanto, em clara demonstração de que Jair Bolsonaro é ‘rei-morto’ até para a extrema-direita (que, seguramente, já está seguindo o comando de algum líder ainda desconhecido), embora não houvesse um bloqueio formal da rodovia, a viagem demorou cinco horas e meia.
Um absurdo!!!
Especialmente porque o ranço ao tráfego está sendo provocado pela realização de manifestação imoral, ilegal e ilegítima em acampamento erguido em frente ao QG do Comando Militar do Nordeste.
Se, de um lado, afronta a Constituição, pois clama o desrespeito às legítimas eleições recém realizadas e ‘exige’ um golpe de estado pelas forças armadas, de outro [lado], o tal acampamento ameaça a segurança do próprio aquartelamento, disseminando a mensagem que as áreas no entorno dos quartéis são casa-de-mãe-Joana e, neles [nestes entornos], qualquer um pode fazer aquilo que bem entender.
E, se, seguindo o exemplo da extrema-direita, o MST, o MTST, os clubes de camping e todos quiserem acampar na frente dos quartéis?
A simples presença de acampamentos de militantes da causa conservadora nas áreas militares desmoraliza as forças armadas, indicando que ‘já não se fazem mais militares como antigamente’.
Se não quiserem passar ridículo e ficar completamente desmoralizadas, as forças armadas precisam reagir e botar os desmiolados e sem-noção da extrema-direita para correr.
E, para que sintam um gostinho do regime por eles defendido, [que sejam escorraçados] passando através de um corredor polonês, ao som das bombas de efeito moral, gás lacrimogêneo, balas de borracha, latidos de cachorros ferozes e muita borrachada no lombo.