Um dia (e este dia não vai demorar muito), plenos de vergonha, a maioria dos eleitores de Jair Bolsonaro vai se perguntar como pode votar, falar e fazer as coisas que fez em apoio a alguém tão despreparado e desqualificado.
Este sentimento vai ser mais intenso em pessoas que, agora, por desinformação ou, mesmo, por manipulação estão empenhadas nestas manifestações por uma impensável intervenção militar.
As cenas vistas nos acampamentos erguidos pela extrema-direita nas imediações de quartéis são ridículas e, de alguma forma, além de desmoralizar as forças armadas, depreciam a capacidade cognitiva daqueles que deles participam.
O que pensar, por exemplo, das pessoas em contrição, orando fervorosamente em agradecimento a Deus, em função do boato de que o ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE, teria sofrido impeachment e estaria preso? Ou dos adultos que, em marcha desengonçada, participam de sessões de ordem-unida? Ou daqueles que, mão direita colada ao peito ou erguida em saudação nazista, cantam o hino nacional em torno de um ‘respeitável’ pneu? Ou daqueles que acreditam nas decisões tomadas contra Lula por Lady Gaga, surrealisticamente alçada ao inexistente cargo de ‘secretaria-geral do TPI’? Ou daqueles que festejaram a notícia da ‘internação apressada de Lula no hospital Sírio Libanês’?
Fico imaginando a situação de Júnior César Peixoto, cuja imagem grudada ao pára-brisa do caminhão que tentou reter numa barreira rodoviária correu o mundo, deixando-o conhecido nacionalmente como ‘o patriota do caminhão’.
Embora também reúna gente ‘normal’ (e mal formada e mal informada), por estar baseada em fakenews e não ter objetivo respeitável, os acampamentos atualmente realizados pela extrema-direita vão colar a pecha de ‘maluco’ nos seus participantes.
Bem feito!