Até obter o reconhecimento pleno da sociedade, a Justiça ainda precisa percorrer longo caminho.
De fato, o confronto de evidentes casos de ‘dois pesos diferentes para casos semelhantes’ coloca em dúvida a honorabilidade do Poder Judiciário.
Veja, por exemplo, o caso da loura belzebu Deolane Bezerra – uma meliante de luxo, envolvida num montão de crimes financeiros e fiscais, ora recolhida à Colônia Penal Feminina Bom Pastor, no Recife, pela Polícia Civil de Pernambuco em função de mandato de prisão no âmbito da Operação Integration, ocorrida com a participação de 170 agentes em Campina Grande (PB), Barueri (SP), Cascavel (PR), Curitiba (PR), Goiânia (GO) e Recife (PE).
Pois bem.
Apesar de encalacrada até o pescoço no vasto esquema de lavagem de dinheiro e de jogos ilegais, Deolane Bezerra está prestes a ser liberada da Colônia Penal Feminina do Recife e só não o foi [liberada] até agora porque vários advogados ingressaram simultaneamente com habeas corpus em seu favor [da dondoca meliante], estabelecendo um imbróglio jurídico que, segundo os advogados, será rapidamente superado).
Por si só, a iminente soltura da tal Deolane Bezerra representa grande desafio a imagem da Justiça, mas ganha complicador adicional se cotejado com casos como o da 6ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, que, em outubro de 2021, negou habeas corpus a um mulher, mãe de cinco filhos com idades de 2 a 16 anos, presa em flagrante, em 29 de setembro, pelo furto de itens alimentícios no valor de R$ 21,69 num supermercado da Vila Mariana, em São Paulo, e a manteve presa até o seu julgamento.
Ficar na cadeia parece não ser o destino de Deolane Bezerra, que segundo uma das dezenas de advogados que a assistem, a exemplo dos outros bandidos capturados na Operação Integration, “tem conduta irrepreensível’ e nunca se recusou a fornecer qualquer tipo de esclarecimento sobre sua renda mensal, a origem do dinheiro, possíveis envolvimentos com lavagem de dinheiro ou ocultação de bens, direitos e valores provenientes de atividades ilícitas, além de perguntas sobre a gestão e participação societária em suas empresas.
A santa é uma santa.
Ao contrário da mãe presa por furtar comida para os filhos, a louraça belzebu Diolanda Bezerra vai para casa qualquer hora dessas.
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