- Saudades do tempo quando, mesmo com ritmo inferior àquele desejado, o programa ‘Minha casa, minha vida’ tinha o objetivo de eliminar o déficit habitacional no Brasil.
Desde 2016, como subproduto do golpe, as políticas sociais estão sendo preteridas e redirecionadas para públicos já inclusos no mercado: no dizer de Bolsonaro, é o fim do ‘coitadismo’ e plena entrega dos pobres e miseráveis ao deus-dará.
Neste embalo, são cada vez mais frequentes os desastres anunciados que vitimam populações pobres. No último mês, reprisando aquilo que ocorre sempre, o noticiário apontou a morte e o desabrigo provocado pelas águas.
Ontem foi a vez de a morte e o desabrigo ser causado pelo fogo. O incêndio ocorreu no Recife e destruiu palafitas erguidas às margens do rio Pina, destruindo vidas e dizimando todo o patrimônio acumulado por toda a existência das pessoas.
Nunca é demais lembrar que, ao contrário das pessoas situadas noutras classes sociais, quando um miserável perde a casa num incêndio, junto com ela [a choupana], também desaparecem, além dos eventuais parentes e amigos, a cama, o fogão, a geladeira, a televisão e todos os documentos pessoais (registro de nascimento e casamento, carteira de identidade e de trabalho). Ou seja: nestes desastres, os pobres perdem tudo (tudo, mesmo).
Enquanto isso, parecendo não saber que o País precisa mobilizar a engenharia nacional para eliminar o grande déficit habitacional, em meio a medidas paliativas e localizadas, o Capetão Bolsonaro sentencia que os pobres “não têm visão de futuro”.
Ainda bem que os tempos do Quadrúpede estão no fim.