No célebre discurso referido como ‘Oração aos Moços’, proferido aos bacharéis da Faculdade de Direito de São Paulo em 1921, Rui Barbosa ensinou que “Justiça atrasada não é Justiça, senão injustiça qualificada e manifesta”.
Quem duvidar das sábias palavras do velho Rui, observe a decisão exarada agora, em abril de 2024, pela ministra Cármen Lúcia na sentença que condenou o fdp Deltan Deltan ao pagamento de indenização de irrisórios R$ 75 mil por danos morais ao presidente Lula em função das acusações mentirosas pregadas em 2016 no conhecido ‘caso do PowerPoint’.
Para quem não lembra, naquela ocasião, turbinando a campanha golpista em curso, usando apresentação de um PowerPoint numa entrevista coletiva, “sem prova, mas com convicção”, o fdp Deltan Dallagnol associou Lula ao crime rasteiro.
Era tudo mentira, mas provocou um efeito desastroso na história do Brasil.
Se assacadas por ‘um qualquer’ contra ‘um qualquer’, aquelas acusações já seriam gravíssimas.
Acontece que, agravando o quadro já gravíssimo, o acusador era um procurador federal e o acusado era, não só um ex-presidente da república, mas, também, o maior líder popular do País.
Aliás, do ponto de vista concreto, a encenação conduzida pelo fdp Deltan Dallagnol foi elemento importante do processo que redundou no golpe de 2016 e na renovação do golpe em 2018, sendo, assim, parte do litisconsórcio responsável pelos (des)governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro.
Na realidade, além da imagem pública do presidente Lula, o crime cometido pelo fdp Deltan Dallagnol prejudicou toda a população brasileira, que viu recuar avanços conquistados nas últimas décadas.
A condenação aplicada ao fdp Deltan Dellagnol passados quase oitos anos desde o crime não traduz a sua gravidade, pois, além da honra de Lula não valer apenas R$ 75 mil, os danos coletivos causados [por Dallagnol] ao Povo brasileiro deveriam ser indenizados por valor próximo do infinito.
Tardia e insuficiente é o mínimo que se pode dizer da condenação aplicada pela Justiça brasileira ao fdp Deltan Dallagnol. Mas, como diz o nordestino, ‘tem nada não’, a hora daquele fdp vai chegar….
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