O dólar é um moeda ‘falsa’, sem qualquer lastro valioso que a sustente.
Antes que alguém fale na possibilidade de os países trocarem as suas reservas de dólar por ouro, conforme previa o acordo de Breton Woods firmado em 1944, vale lembrar que, em 1971, por absoluta falta de ouro em Fort Knox e por confiar na irresistível capacidade de dissuasão do Pentágono, Richard Nixon rompeu unilateralmente a cláusula da conversibilidade e, desde então, formalmente, o dólar é uma moeda sem lastro.
Do ponto de vista objetivo, a base de sustentação do dólar é o poder militar da Forças Armadas norte-americanas.
Não foi outra a razão da invasão e ocupação do Afeganistão pelos Estados Unidos em 2001.
Naquela ocasião, depois dos ataques às Torres Gêmeas e ao Pentágono no 11 de setembro, os Estados Unidos precisavam dar uma demonstração de força, pois, afinal de contas, ‘se não tinham sido capazes de defender seu próprio território, como alguém poderia acreditar que fossem capazes de defender outras coisas (inclusive a sua moeda)?’.
Esta foi a razão da ‘guerra ao terror’ decretada por George W. Bush.
Assim, sem precisar prestar contas a ninguém e com a possibilidade de emitir dólares à rodo (basta pintar um pedaço de papel) mediante a simples autorização do Congresso para emitir Títulos da Dívida em igual valor, o governo norte-americano se sente poderoso para fazer qualquer coisa que o dinheiro possa comprar (dinheiro não é problema, pois ele pode emitir tanto quanto seja necessário).
Para se julgar o tamanho da fortuna sem fundos, o montante dos tributos da dívida pública dos Estados Unidos alcança a estonteante marca de US$ 29 TRILHÕES (dos quais, a China é a maior credora). Neste embalo, emitindo moedas sem fundo sempre que necessário, os Estados Unidos financiam a sua economia, incluindo as guerras por eles mantidas ou incentivadas, com gastos da ordem de US$ 3,6 TRILHÕES por ano.
Nunca é demais lembrar que os Estados Unidos são o paraíso do déficit, vivenciando contas negativas nos aspectos fiscais, orçamentários e comerciais.
Até quando Tio Sam vai conseguir sustentar esta situação (que, guardadas as devidas proporções, muito se assemelha ao golpe conhecido como ‘Esquema da Pirâmide Financeira’)?
Quantas horas um governo norte-americano permaneceria na Casa Branca se a China ameaçasse vender os seus títulos da divida publica dos Estados Unidos?
Num mundo marcado pelas fakenews, o dólar talvez seja a maior delas.
Leia mais em
www.alexandresanttos.com.br