O modelo de desnacionalização da economia brasileira levado adiante pelo governo Bolsonaro começou a mostrar fragilidades, apontando caminhos para a completa reversão dos crimes já cometidos. Alegando quebra de expectativas, a empresa Changi Airport, de Cingapura, anunciou que vai devolver a sua parte no Aeroporto do Galeão. Para os empresários orientais (como para todos os outros também), o negócio só interessa se tiver dando correndo bem: o lucro é com eles, o prejuízo fica para o governo. Este episódio deixa a lição de que não se pode confiar plenamente nos parceiros admitidos no curso da desnacionalização e, na visada inversa, [deixa a lição] de que, da mesma forma o ‘privado’ pode desistir do negócio, o ‘público’ também pode, sinalizando o caminho da reversão das privatizações já realizadas.
Autor: Alexandre Santos
Alexandre Santos é engenheiro e escritor. Preside a Associação Brasileira de Engenheiros Escritores, presidiu o Clube de Engenharia de Pernambuco e a União Brasileira de Escritores e faz a coordenação nacional da Câmara Brasileira de Desenvolvimento Cultural. Autor premiado com livros publicados no Brasil e no exterior, Alexandre é o editor geral do semanário cultural ‘A voz do escritor’ e diretor-geral do canal ‘Arte Agora’.