Por mais que tente, o governo moribundo de Jair Bolsonaro não consegue esconder seus desmandos e irresponsabilidades da lupa usada pelo gabinete de transição, que vem recorrendo ao Tribunal de Contas da União (TCU) para buscar e checar as informações fornecidas pela administração federal.
Foi graças ao gabinete de transição, por exemplo, que a sociedade brasileira tomou conhecimento do rombo orçamentário estratosférico de R$ 500 bilhões e a total desorientação que campeia o ministério da economia.
Na realidade, os problemas do ministério da Economia transcendem o campo da economia e enveredam a seara criminal. De fato, entregue ao plenipotenciário Paulo Guedes (chamado pelo presidente Bolsonaro como ‘o Posto Ipiranga’, numa alusão a multifuncionalidade a ele atribuída) – em mistura de preguiça, incompetência, perversidade, má-fé e irresponsabilidade -, o ministério da economia tratou de levar adiante uma política ultraliberal, concentrando atenção no desmonte do aparelho de Estado e do patrimônio público nacional e deixando o Povo, especialmente, os pobres e miseráveis, ao Deus-dará.
A incompetência e maldade são marcas da gestão Paulo Guedes.
Da mesma forma que não se pode esquecer o episódio no qual, ainda em 2018 – surpreendentemente sem conhecer o mecanismo de aprovação do orçamento (que ocorre no ano anterior) -, alegando que “não tinha nada para conversar com o presidente do senado em fim de mandato”, o arrogante Paulo Guedes recusou convite de Eunício Oliveira para discutir as rubricas de interesse do governo eleito e só voltou atrás quando alguém o alertou sobre o processo legislativo, também não se pode esquecer a comemoração feita em reunião ocorrida no gabinete do ministro da Economia, ainda no começo de 2020, quando, pensando que o coronavírus só matava idosos, a pandemia foi festejada como ‘possível solução para o déficit da previdência’.
Não sei qual acordo livrou Paulo Guedes da CPI do Genocídio, mas todos sabem da sua responsabilidade em grande parte das quase 700 mil mortes decorrentes da pandemia de coronavírus – as infecções mortais ocorreram não apenas por falta das vacinas salvadoras, mas, também, porque, por falta do apoio material negado por influência de Paulo Guedes, as pessoas precisaram permanecer nas ruas em busca do sustento, ficando expostas ao vírus assassino.
Espero que, assim como Jair Bolsonaro, Paulo Guedes também seja levado aos tribunais para responder, não apenas pelos crimes lesa-pátria cometidos no âmbito do programa de desestatização, mas, também, pelas mortes ocorridas em decorrência da inexistência do auxílio necessário para as pessoas ficarem protegidas do coronavírus.
Lugar de assassino é na cadeia.