Ainda vai passar muito tempo até detalhes – especialmente valores envolvidos e condições de seu desfrute – virem à tona.
É certo, no entanto, que, à serviço do departamento de justiça dos EUA e do grande capital internacional, a operação LavaJato operou significativa parte do aparato de Lawfare que pavimentou o golpe de 2016, cujos objetivos diga-se de passagem, além de destituir a presidente Dilma Rousseff (abrindo caminho para a adoção de uma agenda liberal), incluíam a inelegibilidade de Lula e a extinção do PT (este é um dos temas tratados em ‘Baltimore’, romance de minha autoria). Pois bem.
Como objetivos subjacentes, a LavaJato cumpriu uma série de tarefas: o enfraquecimento da Petrobrás, a destruição da Engenharia pesada brasileira e a desmoralização de personalidades estratégicas para a condução do programa de crescimento econômico e do desenvolvimento social do País.
Entre as personalidades-alvo da LavaJato, esteve o Almirante Othon Pinheiro da Silva, o mais importante cientista do programa nuclear brasileiro, que presidia a EletroNeclear com sentimento de brasilidade e, por não sucumbir às pressões das multinacionais norte-americanas, foi condenado pelo juíz Marcelo Bretas (um auxiliar de quinta categoria de Sérgio Moro, imagine) a 43 anos de prisão sob a acusação genérica de ‘corrupção’, em pena depois reduzida pelo TRF-4.
Vale lembrar que, em 2016, quando teve a carreira interrompida pela condenação imposta pelo juíz Bretas, o Almirante Othon estava no auge da produção profissional e, por conta disso, atrapalhava os interesses dos patrões da LavaJato.
A perseguição ao Almirante Othon – que, embora, aos 83 anos, está em pleno vigor intelectual e constitua um grande símbolo da ciência brasileira, mas não demonstra interesse de voltar a atividade profissional – é uma amostra dos prejuízos causados ao Brasil pela Operação LavaJato, que, sob a meritória desculpa de combater a corrupção, quis, de fato, destruir algumas das principais ferramentas de crescimento altivo e de desenvolvimento inclusivo.
Que a história de homens como o Almirante Othon Pinheiro da Silva jamais seja esquecida, inclusive como exemplo do mal causado ao Pais pela operação LavaJato e por homens como Sérgio Moro, Deltan Dallagnol e Marcelo Bretas.
Viva a competência e a altivez do Almirante Othon!