Apesar de não constar de qualquer livro santo, alguns historiadores afirmam que, depois de cair no ostracismo e, afogado em pecados, se refugiar no palácio construído na muralha noroeste da chamada Cidade Alta de Jerusalém, na colina ocidental da cidade, o cruel Herodes teve um momento de glória.
De fato, provavelmente impulsionado por valores cultivados pelas Bestas e pela ambição herdada do pai, pouco se importando com os pecados cometidos pelo antigo rei – entre os quais se destacavam o genocídio, a corrupção, o charlatanismo, a apropriação indébita, o peculato, o descaminho, a concussão, o roubo de joias, o infanticídio, a irresponsabilidade e muitos outros, inclusive formação de quadrilha -, o jovem Caifás mobilizou uma massa insana de fariseus para prestar grande homenagem ao cruel Herodes.
E, assim, mandando a mensagem ao mundo de que os pecados do cruel Herodes eram de pequena monta, sob a inspiração e comando de Caifás e sua turma, fariseus de todas matizes se irmanaram e, aos gritos de mito-mito-mito, prestaram grande homenagem ao assassino de criancinhas.
De sua parte, estranhamente esquecido, mas compreendendo a provação a que era submetido, prestes a ser assassinado por aqueles que seriam salvos pelo próprio suplício, um grande herói da humanidade ergueu os olhos aos céus e, com a voz embargada pela decepção, apenas disse: “Pai, perdoa-lhes porque eles não sabem o que fazem”.