Ontem, dia 04 de maio de 2023, com seis votos favoráveis e dois votos contrários (dos ministros bolsonaristas Kássio Nunes Marques e André Mendonça), o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou o ‘desvio de finalidade’ e formou maioria para derrubar o indulto concedido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro ao ex-deputado Daniel Silveira (PTB), condenado no ano passado a 8 anos e 9 meses de prisão por atitudes golpistas.
Assim como outros atos, a Graça Presidencial concedida ao brutamontes da extrema-direita foi uma afronta à Democracia brasileira e o STF fez muito bem em restaurar o império da lei.
Vale dizer que ainda há muita coisa por ser revertida. Não vou falar (desta vez) dos crimes lesa-pátria cometidos pelo governo Bolsonaro no âmbito do programa de desestatização.
Vou recordar um ato da Biblioteca Nacional, que afrontou todo o universo cultural brasileiro.
Para quem não lembra, em 01 de junho de 2022, em evento associado às comemorações do bicentenário da independência, a Fundação Biblioteca Nacional fez a entrega da Medalha da Ordem do Mérito do Livro para ‘200 pessoas de destaque no mundo do livro e da leitura’.
Até aí, tudo muito bem.
Acontece que, na afã subserviente de agradar a corte ignóbil então no comando do País, a relação dos agraciados incluiu gente que nunca leu sequer um livro e, sempre que pode, moveu pedras para prejudicar o desenvolvimento cultural do País.
Pode parecer incrível, mas, entre os trogloditas que receberam a Ordem do Mérito do Livro naquele vergonhoso episódio, além de outros iletrados como Michelle Bolsonaro, Carlos Brito e Mario Frias, esteve o ex-deputado golpista e condenado por ataques à Democracia Daniel Silveira.
Na ocasião, eu e muitas personalidades do mundo cultural, inclusive os acadêmicos Antônio Carlos Secchin e Marco Lucchesi, protestamos contra a imoralidade.
Agora, chegou a hora de reparar mais esta agressão do governo Bolsonaro ao Povo brasileiro.
Que o novo presidente da Biblioteca Nacional reafirme o seu compromisso com o livro e com a cultura brasileira e revogue a imerecida honraria atribuída pelos brutos ao igualmente bruto Daniel Silveira.
O livro e a leitura merecem respeito!
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