Uma das tristes marcas da formação cultural do brasileiro é o descaso com a manutenção dos artefatos, dos equipamentos, das edificações e das obras d’arte, sejam elas públicas ou privadas.
Com efeito, independentemente da ambiência e da esfera de responsabilidade, a atenção dos construtores e proprietários com os bens cai vertiginosamente após a aquisição e a inauguração.
Esta situação atinge até mesmo as peças de interesse histórico, como é o caso da Ponte do Itaíba – um marco da Engenharia brasileira localizada no município do Paudalho, na Mata Norte do Estado de Pernambuco, sobre o rio Capibaribe.
De fato, com 133 metros de extensão e 5 metros de largura, construída pela antiga Repartição das Obras Públicas do Estado de Pernambuco entre os anos de 1872 e 1876, a ponte do Itatiba, que se destaca pela magnífica estrutura metálica – são cinco vãos em treliça de ferro, com elementos unidos por cravos – está entregue ao mais completo abandono.
Aos governantes tomados pelo afã de sempre construir e quase nenhum desejo de manter e conservar parece pouco importar o fato de, em respeito ao ponto alto que representa para a história da Engenharia pernambucana, a Ponte do Itaiba ter sido consagrada pela FUNDARPE no rol dos bens de interesse cultural do Estado de Pernambuco.
Pelo contrário.
Escudados nas inexplicáveis dificuldades impostas pelo Estado para intervenções nos bens tombados, as autoridades relegaram a Ponte do Itaiba ao mais vergonhoso esquecimento.
Para orgulho da população de Paudalho, no entanto, um grupo liderado pelo engenheiro cartográfico Erison Barros e integrado por gente de qualidade e sensibilidade, como o artista plástico Edson Marques, tomou para si a tarefa de sensibilizar as autoridades para a importância objetiva de restaurar a Ponte do Itaiba.
Estamos juntos.
Este grupo encarna um pouco da esperança da sociedade para que as autoridades exercitem o dever que têm pela história e cuidem da restauração da Ponte do Itaiba.
A Ponte do Itaiba é um dos monumentos da Engenharia e não pode ser desrespeitada.
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